Paraná terá centro de reabilitação de deficientes

Ainda este ano, o governo do Estado deve dar início à construção de um centro público de reabilitação de pessoas vítimas de deficiências físicas e motoras, que será implantado em Curitiba e cuja idéia será oferecer nível de excelência em tratamentos comparável ao do Hospital Sarah Kubitschek, localizado em Brasília (DF).

Para que o projeto se torne realidade, integrantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vêm contando com o apoio de profissionais ligados à área de saúde do Canadá, onde existe o Instituto de Reabilitação de Montreal, fundado há cerca de cinqüenta anos e considerado referência mundial no tratamento de pessoas com deficiência. Nesta semana, a capital está recebendo a visita do diretor-geral do Instituto, Jacques Nolet, que hoje irá participar, às 10h30, do 1.º Encontro Estadual de Saúde da Pessoa com Deficiência, no Estação Embratel Convention Center.

Ele vem conhecendo a estrutura hospitalar existente no Estado e passando aos profissionais daqui um pouco da experiência adquirida em Montreal. ?O Instituto de Reabilitação de Montreal tem como objetivo promover o retorno dos pacientes com deficiências físicas à sociedade. A meta é promover a reabilitação de forma que eles possam ter uma vida normal, adquirindo independência e sendo capazes de realizar todas as atividades que uma pessoa que não tem deficiência pode realizar?, afirma.

Jacques revela que, além de trabalhar a qualidade de vida dos pacientes através de diversos tratamentos, o instituto conseguiu mudar a mentalidade da sociedade canadense em relação ao deficiente físico. Graças ao trabalho desenvolvido pela instituição, houve mudanças na legislação do País e as cidades tornaram-se muito mais equipadas e próprias ao deslocamento de quem tem dificuldades de locomoção. ?Atualmente temos rampas em diversos locais públicos, banheiros adaptados e uma série de outras estruturas – presentes em cinemas, shoppings, supermercados e outros locais – próprias à utilização de quem tem deficiência.?

Quanto ao Brasil, o diretor-geral diz que o País tem entre 25 e 30 anos de atraso em relação ao Canadá na área de reabilitação. Porém, acredita que no Paraná existem profissionais competentes e capazes de comandar com eficiência o centro público almejado pelo governo. ?O Estado tem todos os ingredientes necessários à construção do centro. O que falta é a filosofia de que os tratamentos (como os de fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, entre outros) devem ser realizados de forma integrada?, declara. ?Hoje, US$ 1 investido nisso é capaz de salvar US$ 6, que deverão ser gastos no futuro para garantir a qualidade de vida dos deficientes.?

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