O Paraná teve um aumento de 22,8% no número de transplantes realizados no Estado, de 2007 para 2008, segundo dados divulgados pela Central de Transplantes do Paraná (CET). A coordenadora da Central, Jussara de Freitas Trancoso, disse que esse aumento se deu pela conscientização da população quanto à importância da doação de órgãos e tecidos, somada aos esforços da CET e das entidades parceiras. “Hoje muitas entidades ajudam na divulgação e na realização de campanhas de conscientização sobre a importância da doação”, enfatiza.

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As córneas são os tecidos mais doados, de acordo com a Central. Somente em 2008, foram realizados 1000 procedimentos. Segundo Jussara, isso ocorre pela rapidez e facilidade do processo. “As córneas são retiradas do doador-cadáver em torno de 15 minutos e são transplantados no receptor em aproximadamente uma hora, além disso, pode ser realizado em pessoas desde o nascimento até o final da vida, e captado de pessoas com idade entre 2 e 80 anos”, afirma.

No entanto, ela lembra que a doação não pode ser feita caso o doador-cadáver tenha sido contaminado com HIV, Hepatite B ou C. Já outras patologias não são fatores de exclusão absoluta.

Mesmo com a simplicidade do procedimento, a córnea também pode ser rejeitada pelo organismo do receptor. Porém, não há tantas exigências de compatibilidade quanto no transplante de rins.

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Ela enfatiza que a meta para o ano de 2009 é principalmente a redução ou extinção da lista de espera por córneas, que hoje conta com 1.654 pessoas. “Vamos continuar a nossa série de trabalhos de informação e conscientização da comunidade de forma efetiva, por meio dos veículos de comunicação e de palestras e campanhas realizadas pela CET. Além disso, existe a semana do doador, realizada em setembro, em que enfatizamos sobre a importância da doação de órgão e tecidos”, afirma Jussara.

Quanto aos pacientes renais, ela destaca que eles encabeçam a lista de espera por transplantes. Hoje são 2.459 pessoas à espera de um rim. “Quanto aos transplantes renais são várias as especificidades: é necessário que haja a compatibilidade sanguínea e a compatibilidade no exame HLA (Antígenos Leucocitários Humanos). Também é preciso que exame crossmatch seja negativo, pois indica menor risco para rejeições”, complementa.

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O Governo tem 50 hospitais credenciados para realização dos transplantes e hoje aguardam na fila de espera cerca de 4.600 pessoas.