Pandemia

Paraná tem a maior taxa de mortalidade mundial da gripe A

No Paraná, a taxa de mortalidade causada pela gripe A (H1N1), também chamada de gripe suína, é a maior do Brasil. São quase duas pessoas mortas a cada 100 mil habitantes, com taxa de 1,96, tendo como base as 209 mortes registradas no Estado.

Em comparação, a média da taxa de mortalidade no Brasil é de 0,34, de acordo com última atualização do Ministério da Saúde divulgada esta semana. O índice do Paraná supera também a média de qualquer outro país, mesmo a da Argentina (1,15), Chile (0,76) ou Costa Rica (0,72).

Para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a disparidade se dá pela agilidade com que os exames da doença são processados no Paraná, com média de 48 horas, o que permite traçar um quadro real da doença, diferente de outros estados que precisam aguardar mais tempo para receber os resultados.

Desde que recebeu autorização do Ministério da Saúde para realizar os exames da H1N1, em meados de julho, o Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR) já processou mais de 7 mil amostras.

Mesmo com a alta taxa, os números de mortes provocadas pela nova gripe têm diminuído no Paraná.

O número total de vítimas fatais chegou a 209 e o número de casos confirmados é de 6.511, sendo 337 mulheres grávidas.

As sete novas mortes divulgadas ontem aconteceram nas regiões de Curitiba (2), Foz do Iguaçu (2), Ponta Grossa (1), Cascavel (1) e Maringá (1).

Em virtude da diminuição de casos graves, as cirurgias eletivas que precisem de leitos de UTI foram liberadas.

Esse tipo de procedimento estava adiado desde 5 de agosto, por recomendação da Sesa, para garantir reserva de leitos para pacientes com doenças respiratórias graves.

Em todo o mundo, mais de 2,8 mil pessoas já morreram depois de contraírem o vírus H1N1, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que também registra 254.206 casos da doença no mundo. No entanto, como os países deixaram de contabilizar todas as ocorrências, o número real de contaminados pela gripe A é bem maior.

Desfiles cancelados

Algumas cidades paranaenses, especialmente das regiões norte, noroeste e oeste, como Cascavel, Bandeirantes e Apucarana, optaram por cancelar o tradicional desfile de 7 de Setembro como forma de evitar aglomerações, principalmente de alunos, mesmo acontecendo em lugar aberto. Em Campo Mourão, o desfile foi adiado para 10 de outubro, dia do aniversário da cidade.

Estados do Sul querem mais vacinas

Luciana Cristo

Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina querem ter tratamento diferenciado do Ministério da Saúde para o combate à gripe A (H1N1) em 2010, com a possível chegada da segunda onda da doença.

Os três estados do Sul reivindicam, no mínimo, o dobro da cobertura vacinal dos demais. Das 657 mortes registradas no última atualização do Ministério da Saúde, mais de 46% das vítimas fatais concentram-se na região Sul.

Em reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), ontem, os secretários da saúde Gilberto Martin (PR), Osmar Terra (RS) e Luiz Eduardo Cherem (SC) disseram estudar a possibilidade de ampliar investimentos em biotecnologia, para diminuir a dependência dos grandes laboratórios.

Cherem anunciou que os estados do Sul vão analisar o perfil epidemiológico da doença para estabelecer um critério de cobertura vacinal. “Queremos dar prioridade à população mais suscetível, que já pode ser definida como adultos jovens, pessoas obesas, portadoras de problemas renais ou cardíacos e mulheres em idade fértil”, disse.

O início da vacinação no Brasil está previsto para abril. Outro compromisso firmado entre os secretários foi a realização de uma oficina entre os profissionais de saúde para unificar ações de manejo clínico dos pacientes e realização de exames.

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