Paraná sob a ameaça das espécies invasoras

A segunda maior causa de perda da biodiversidade em todo o mundo é a introdução de espécies exóticas invasoras no meio ambiente. O Paraná não escapa disto e vários animais e plantas nativos estão sendo ameaçados, como as pastagens nos Campos Gerais e tilápias e dourados no Rio Paraná. Para reverter este quadro, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está estruturando um programa que vai organizar as ações de combate ao problema, por meio da criação de comitês.

O diretor de biodiversidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), João Batista Campos, diz que a situação está no limite. Várias espécies estão sendo ameaçadas, vários ecossistemas já foram destruídos. No Rio Paraná, o tucunaré, originário da Bacia Amazônica, vem se desenvolvendo sem nenhum controle. Ele não tem predadores e se alimenta de outras espécies locais, ameaçando os lambaris, pintados, dourados e pacus.

No litoral do Estado, uma pesquisa mostrou que o bagre africano já compõe a metade dos peixes que vivem no Rio Guaraguaçu. Outra espécie que causa problemas é o javali. Com seu focinho, destrói várias plantas locais. Também se reproduz com o porco do mato, misturando as duas espécies.

Entre as plantas, a uva do japão é um problema. Ela cresce muito e a sua sombra atrapalha o desenvolvimento de outras plantas. Já o Parque Estadual de Vila Velha, nos Campos Gerais, é ameaçado pelo pinus. A árvore tem um grande valor comercial e existem várias áreas de cultivo na região. O vento carrega as sementes para a unidade de conservação. Como forma de conter o avanço, as empresas, donas dessas áreas precisam cortar o pinus que cresce no parque. Já foram retiradas 600 mil árvores. A braqueária também está sendo combatida. Ela acaba com as pastagens locais.

Campos diz que estão sendo criados comitês estaduais e regionais para discutir o problema e encontrar soluções. Várias secretarias e órgãos estarão envolvidos, já que algumas espécies como o caramujo africano pode provocar doenças.

Os comitês serão encarregados de fazer um levantamento do problema, de organizar e implantar ações que visem à prevenção, erradicação, controle e monitoramento destas espécies. ?Precisamos agir logo. Caso contrário teremos um ambiente homogêneo em todo planeta. Temos que evitar o desaparecimento de nossa riqueza que é a biodiversidade?, falou.

Ele diz ainda que existem 2,8 milhões de espécies catalogadas, incluindo algas, bactérias e fungos. No entanto, estima-se que existem entre 10 e 100 milhões de espécies. Muitas já podem estar sendo perdidas sem que a humanidade tenha conhecimento.

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