Clésio Andrade criticou modelo de privatização.

Brasília – A qualidade das estradas brasileiras teve uma ligeira melhora nos últimos 12 meses, mas a maioria continua em estado precário, de acordo com pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Pelo levantamento, 59,1% das rodovias federais e estaduais – de um total de 47.103 quilômetros avaliados – são consideradas deficientes, ruins ou péssimas, 35,8% boas e apenas 5,1% ótimas. O Paraná, por sua vez, tem cinco estradas entre as dez melhores do País (ver gráfico).

Em relação à pesquisa feita no ano passado, houve uma ligeira melhora (2,2%) na avaliação ótimas e de 7,4% na boas. O total das rodovias avaliadas como deficientes caiu 8,7% e o das ruins 1%, enquanto o conceito de péssimas se manteve em 0,3%. Este ano, a CNT incluiu também as rodovias terceirizadas, que somam 4.927 quilômetros. Pelo levantamento, essas rodovias se encontram em estado de conservação muito melhor do que as estradas sob administração pública.

Das rodovias terceirizadas, 40,2% estão em ótimo estado, 49,1% em bom estado, 10,5% foram considerados deficientes e 0,2% ruins. No entanto, para o presidente da CNT, Clésio Andrade, o modelo de privatização de rodovias adotado pelo atual governo é ruim, pois encarece o custo do frete. Segundo ele, a confederação é favorável à revisão dos contratos já assinados com concessionárias de estradas para avaliar o modelo. E contra novas privatizações.

Nas 75 ligações rodoviárias pesquisadas constatou-se que, apesar de ter havido uma melhora nas condições gerais das rodovias, o ritmo das melhorias caiu em relação ao período 2000/2001. Este ano houve um aumento de 9,6 pontos percentuais nas rodovias classificadas como ótimas e boas em relação à pesquisa de 2001. No período anterior o aumento foi de 11,6 pontos percentuais.

A CNT verificou que 38,8% dos 47.103 quilômetros avaliados estão com o pavimento em estado deficiente, ruim ou péssimo. Além disso, 40% da extensão não estão sinalizados de forma adequada, 22% não têm acostamento, além de 18,9% dos trechos analisados estarem com placas cobertas pelo mato.

Melhores

A melhor estrada do País é a que liga São Paulo a Uberada (BR-050 e SP-330), classificada como ótima. Em seguida, vem a rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, e recebeu o conceito bom. Em terceiro lugar está a ligação Belo Horizonte-São Paulo (BR-381), que no ano passado estava em sétimo lugar. O trecho São Paulo-Curitiba (BR-116) continuou em quarto lugar e a rodovia Paranaguá-Foz do Iguaçu (BR-227) subiu uma posição em relação ao ano passado, passando a ocupar a quinta posição no ranking.

Piores

As dez piores posições no ranking estão principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A pior é a ligação Teresina-Barreiras (BA), que no ano passado era a quinta pior. O principal motivo para sua queda no ranking foi o desgaste sofrido pela sinalização. Em segundo lugar está o trecho Salvador-Paulo Afonso (BA); em terceiro, Poços de Caldas (MG)-Lorena (SP); quarto, Porto Velho-Rio Branco; quinto, Juazeiro (BA)-Salvador.

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