O Paraná foi o estado mais bem colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), subordinado ao Ministério da Educação. O indicador revela a qualidade do ensino público no País e traça metas para melhorar a educação até o ano de 2021. Curitiba também aparece em primeiro lugar no ranking. Em compensação, o Paraná também aparece duas vezes entre os municípios com a pior nota do Brasil.
Para cada modalidade de ensino, foi calculado um Ideb diferente, assim como para cada estado e município. Foram avaliadas a primeira e segunda fases do ensino fundamental nas redes municipal e estadual de ensino com base no desempenho dos alunos em dois exames, o Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) e a Prova Brasil. A pesquisa também englobou o rendimento escolar, verificando as taxas de aprovação, reprovação e abandono.
A média nacional do Ideb foi 3,8. Os dados mostram que, das 27 unidades federativas, apenas sete têm o Ideb acima da média nacional: o Paraná é a primeira delas, com média 5 no que se refere à primeira fase do ensino fundamental da rede estadual; Minas Gerais vem em segundo, com média 4,9; em seguida vêm São Paulo (4,5); Distrito Federal (4,4); Rio Grande do Sul (4,2) e Goiás (3,9). Conseqüentemente, o Estado é o que tem a expectativa de alcançar mais cedo a média 6, equivalente à dos países desenvolvidos: até 2013. A evolução do Ideb prevê que, até 2021, o Estado chegue à média de 6,9.
O quadro da educação é pior na Bahia, no Piauí e no Rio Grande do Norte, onde o Ideb empata em 2,6. A Bahia tem que chegar a um índice de 4,9 e os outros dois estados, de 4,8, até 2021. Como meta, o governo estabeleceu que daqui a 15 anos o Brasil inteiro precisa atingir o índice 6 nas primeiras séries do ensino fundamental para ter qualidade no sistema educacional semelhante à de países do primeiro mundo.
Capitais
Curitiba também posicionou-se como a capital com média mais alta. A nota de 4,7 supera Belo Horizonte, que vem em segundo, com 4,6; Rio Branco em terceiro, com 4,4; Rio de Janeiro em quarto, com 4,3; Florianópolis e Teresina empatadas em quinto (4,2), e São Paulo em sexto (4,1).
O que chama atenção no Estado, entretanto, é ser território do município com pior desempenho do Brasil: Ramilândia, no Oeste do Estado, ficou com média 0,3. Em compensação, Ivatuba, no noroeste, tem a nona maior média do País: 6.
Ramilândia vai contestar dados
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) destacou que, apesar de o Paraná ter o município com a menor média nacional, chama a atenção a média do conjunto, que o coloca como o destaque do País. A secretaria também considera que, na segunda fase do ensino fundamental, o Estado tem mostrado avanços, apesar de alcançar nota 3,3, próxima da média nacional (3,5).
A Prefeitura de Curitiba atribui o desempenho aos investimentos no setor (27,03% do orçamento público em 2006 contra os 25% exigidos por lei). Segundo o prefeito Beto Richa, foram 27 milhões a mais direcionados à construção de escolas e creches, contratação e capacitação de profissionais da educação, aquisição de materiais didáticos e equipamentos, além da implantação de programas e projetos na área.
A secretária de Educação de Ivatuba, Maria Aparecida Zanoni, considera que o bom posicionamento em âmbito nacional tem a ver com capacitação dos professores e propostas pedagógicas bem consolidadas. ?Investindo na formação do professor vemos o rendimento na sala de aula?, enfatiza. Já o prefeito de Ramilândia, Ubaldo de Barros, acredita em erro nos levantamentos. ?Possivelmente houve inversão de um dado quanto à reprovação de alunos?, cita. O Ideb teria contabilizado índice de reprovação de 94%. ?Isso não condiz com a realidade. Estamos juntando os dados e vamos referendar nossa posição com parecer do Conselho Municipal de Educação e da Seed.?
800 mil fora da escola no Brasil
Brasília (ABr) – O número de crianças que deveriam estar na educação primária mas ainda estão fora da escola diminuiu em torno de 21 milhões entre 1999 e 2004, sendo atualmente de 77 milhões no mundo inteiro. Só no Brasil, cerca de 800 mil crianças em idade escolar primária estão fora da escola. Os dados são do Relatório do Monitoramento Global Educação para Todos 2007 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado ontem, em Brasília. A África Subsa-ariana, o sul e o oeste da Ásia são as regiões com a maior concentração de crianças fora da escola. América Latina e Caribe são as regiões que mais desenvolveram a educação primária. No mundo, um em cada cinco adultos ainda não é alfabetizado, o que equivale a 781 milhões de pessoas.