O Paraná poderá começar a produzir o medicamento Tamiflu, utilizado no combate à gripe A (H1N1), também chamada de gripe suína. Ontem a Universidade Estadual de Maringá (UEM) divulgou que protocolou no Ministério da Saúde pedido de autorização para realizar o procedimento. Caso o governo federal autorize, a produção inicial poderá ser de 20 mil cápsulas por dia a um custo inferior do praticado em um laboratório privado.

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Segundo a UEM, foi colocado à disposição do Ministério da Saúde o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepemc), por meio de sua Unidade de Produção de Medicamentos.

Para a produção, o governo federal precisa liberar a matéria-prima do medicamento. A matéria-prima, adquirida em 2005, pode ser usada até 2016 se permanecer armazenada em tonéis.

Atualmente, o único responsável pela produção industrial do Tamiflu no Brasil é o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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Duas semanas atrás, o governo estadual anunciou que vai custear a manipulação do Tamiflu para crianças, por meio de três farmácias-escolas e duas privadas. Essas instituições serão responsáveis por providenciar a manipulação do fosfato de oseltamivir – o Tamiflu – em solução oral, indicada para o tratamento infantil da nova gripe.

A capacidade média de produção é de 200 tratamentos por dia, mas essa quantidade pode ser alterada dependendo da demanda. O medicamento manipulado tem prazo de validade reduzido, cerca de três semanas em temperatura ambiente e seis semanas se for refrigerado. O tratamento infantil tem a mesma concentração do tratamento adulto, mas a solução oral permite que se faça ajustes de acordo com o peso da criança.

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Estudo do vírus

Enquanto a UEM aguarda a liberação do ministério, o Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR), que realiza os exames da nova gripe no Estado, negocia com a Fiocruz a oportunidade de realizar o sequenciamento genético do vírus H1N1, o que permite entender o comportamento do vírus.

“O estudo servirá para ver se o vírus que circula em nosso meio adquiriu resistência ao antiviral e se apresenta maior virulência”, explica o secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin.

Até agora, além da Fiocruz, o Instituto Adolfo Lutz (SP) também faz o estudo genético do novo vírus. Os primeiros resultados no Paraná devem ser conhecidos nos próximos seis meses.

Casos confirmados passam de 4 mil

Oito novas mortes provocadas pela gripe A (H1N1) no Paraná foram divulgadas ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Agora já são 178 óbitos causados pela nova gripe no Estado, com 4.051 casos confirmados da doença.

Esse número aumentou em quase mil a mais do que havia sido divulgado no boletim epidemiológico de quarta-feira passada, quando foram registrados 3.073 casos.

No domingo e na segunda-feira desta semana foram registradas três mortes pela doença no Estado em cada dia, enquanto que na terça e na quarta-feira foram duas mortes em cada dia.

Desde o dia 14 de julho, quando o Paraná registrou a primeira morte causada pela nova gripe, a média de mortes no Estado tem sido de mais de quatro óbitos diários. A faixa etária dos 20 aos 49 anos responde pela maior parte das mortes, 114.

O maior número de casos confirmados por exame laboratorial (1.482) e o maior número de mortes (65) foi verificado na região de Curitiba. Foz do Iguaçu já contabiliza 15 mortes, Cascavel, 14, e Maringá, 11. A taxa de mortalidade do Paraná é a maior do Brasil, sendo 1,67% a cada 100 mil habitantes.