No Paraná, a cada quinze minutos, um acidente de trabalho acontece. Já em todo o Brasil, os acidentes laborais matam uma pessoa a cada três horas e meia. Os dados, oriundos da Previdência Social, foram apresentados ontem, em Curitiba, na abertura da Semana Estadual de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Paraná, e são considerados bastante preocupantes.
Por isso hoje, que é considerado o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, as entidades lançam um alerta sobre esses números.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil (com 2.503 óbitos por ano) ocupa o quarto lugar em relação ao número de mortes por acidente de trabalho no mundo, perdendo apenas para a China (14.924), os Estados Unidos (5.764) e a Rússia (3.090).
“De alguns anos para cá, questões ligadas à prevenção de acidentes de trabalho vêm evoluindo bastante. Porém, ainda estamos longe da situação ideal”, disse a procuradora do trabalho e coordenadora geral do Fórum de Proteção ao Meio Ambiente do Trabalho do Paraná, Marília Massignan Coppla.
Porém, nem só o empregador deve ser conscientizado. Segundo a coordenadora técnica do Centro Estadual de Saúde do Trabalho e do Comitê Estadual de Investigação de Óbitos e Amputações de Doenças Relacionadas ao Trabalho, Celeste Ribeirete, para que os índices de acidente diminuam, os empregados também devem ter conhecimento pleno de seus direitos. “Temos que sensibilizar a todos. Não adianta apenas fornecer equipamentos de segurança aos trabalhadores. É preciso capacitá-los”.
Os acidentes podem ocorrer em todos os setores de trabalho. Entretanto, no Brasil, de acordo com Marília, acontecem principalmente nas áreas da construção civil (onde também costuma ser verificado um grande número de óbitos), nas montadoras e instituições hospitalares e de saúde. Já os bancos costumam ser campeões em número de lesões por esforços repetitivos.
