O Brasil perde, em média, 39% de água em seu processo de distribuição, da fonte até o consumidor final. No Paraná, o índice é um pouco menor, mas ainda preocupante: 34,12%. O dado referente à perda de água é do Sistema Nacional de Informações de Saneamento e refere-se ao ano de 2020. Segundo a Sanepar, em 2021, foi possível reduzir um pouco a perda com o índice ficando em 34,03%.

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O assunto foi a principal pauta do encontro entre representantes do Consulado Reino Unido e a companhia de saneamento do Paraná, que aconteceu no final de maio, em Curitiba. Lisa Weedon, cônsul-adjunta do Reino Unido em São Paulo e enviada especial do governo britânico ao Paraná, e o gerente de infraestrutura do consulado, Rafael Libera, visitaram a Sanepar com o propósito de oferecer parceria para atacar o problema.

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“A perda de água é um grande problema no Brasil e também no Paraná. O Reino Unido tem tecnologia para reduzir as perdas. Já temos empresas britânicas atuando aqui em parceria com a Sanepar e podemos ampliar esse trabalho”, disse Lisa Weedon.

“No Reino Unido, atualmente o índice de perda é de 23%. Temos como meta ficar entre 15% e 18% até 2025, conforme o estabelecido pela Ofwat, a nossa agência reguladora”, destacou o gerente de infraestrutura do consulado.

Segundo Libera, as perdas ocorrem por vários motivos: problemas no encanamento, estruturas muito antigas, problemas nas conexões e acidentes que podem afetar as tubulações. Libera informou que já está em curso um trabalho na Sanepar para o controle da perda de água, por meio da parceria com uma empresa britânica há cerca de um ano.

“A tecnologia que o Reino Unidos oferece para a Sanepar são hidrofones (sensores que identificam a perda de água por meio do som).  É possível identificar o movimento, a alteração do fluxo, verificando se há vazamento, por exemplo”, disse o gerente. De acordo com ele, o trabalho está em andamento e os resultados ainda serão avaliados.  A intenção da visita recente é avançar neste trabalho.

Sanepar investe na redução da perda de água

Segundo a Sanepar, o encontro com os representantes do consulado foi “uma reunião de prospecção de fornecedores”, sem adiantar mais informações sobre a possibilidade de uma futura parceria. A companhia também não comentou o trabalho que já estaria em andamento com a empresa britânica.

Por meio de nota, a Sanepar informou que “tem buscado a melhoria de sua eficiência operacional, com uma série de ações, que vão desde a capacitação dos empregados até a aquisição de tecnologias e equipamentos voltados para o monitoramento do sistema de distribuição e identificação de rompimentos. Esse monitoramento permite a identificação de anormalidades e possibilita uma ação mais rápida para solucionar o problema”.

Ainda segundo a nota, “a Sanepar aplica e desenvolve ferramentas de gestão para a análise do desempenho e priorização das ações de campo, tanto no direcionamento da pesquisa de vazamento como na gestão da rede de distribuição”.

A companhia citou o hidrofone que monitora a rede de forma permanente como exemplo de nova tecnologia que está sendo implantada. “Todos os dias os sensores enviam dados para um software, que analisa a situação e indica pontos prováveis de vazamentos. Desta forma, o tempo para detecção dos rompimentos é reduzido, contribuindo para a redução dos volumes perdidos. A Sanepar é a primeira empresa brasileira a utilizar esta tecnologia em escala real”.

Ainda segundo a companhia, “as ações para a redução dos índices de perdas não se concentram apenas na identificação e reparos de vazamentos. Existem outros fatores, como os usos não autorizados, por meio de fraudes nos hidrômetros ou ligações clandestinas, bem como a submedição dos hidrômetros. Este fenômeno ocorre nos medidores com turbina, que sofre desgaste com o uso, perdendo eficiência na medição dos consumos. Por isso, a Sanepar mantém um programa de atualização do parque de hidrômetros, buscando assim a leitura precisa do volume consumido”.

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