O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, lançou nesta quinta-feira (1) a segunda etapa da campanha estadual contra febre aftosa, que vai até 20 de novembro. A expectativa, segundo o secretário, é atingir a vacinação em 100% do rebanho de bovinos e bubalinos, estimado em 9,5 milhões de cabeças e distribuído em 215 mil propriedades no Estado.
Bianchini conta com o envolvimento de todas as organizações representativas da agropecuária como sindicatos rurais patronais e de trabalhadores, cooperativas, comissões municipais de sanidade agropecuária e prefeituras para contribuir no trabalho de conscientização do produtor rural. ?É importante que os produtores vacinem seus animais, inclusive os pequenos que têm apenas uma ou duas cabeças de gado na propriedade?, avisou.
O secretário espera que até 2008 o Paraná seja declarado área livre de febre aftosa, com vacinação, por parte do Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Para Bianchini, a meta de vacinar 100% do rebanho só será atingida com a conscientização de todos os produtores.
O lançamento da campanha aconteceu na Cabanha Rosazul, no município de Palmeira, a 50 quilômetros de Curitiba. A propriedade é do pecuarista Renato Trombini, que iniciou também nesta segunda-feira a vacinação das 700 cabeças de gado que mantém em seu plantel. Ele acha importante a participação e a conscientização do pecuarista e produtor ?porque só assim poderá ser alcançada a valorização da Pecuária?.
Segundo Bianchini,o Paraná está cumprindo todas as medidas exigidas pela OIE para reconquistar o status sanitário perdido em 2005 quando ocorreu a suspeita de febre aftosa no Estado. Está elevando o índice de vacinação dos rebanhos e o sistema de fiscalização está sendo reforçado com a contratação de cerca de 200 técnicos que vão trabalhar diretamente no controle da sanidade dos rebanhos.
Missões internacionais
Nos próximos dois meses o Paraná receberá duas missões importantes que irão influenciar na decisão final da OIE. A primeira missão, da União Européia, chega ao País nesta segunda-feira (5). A missão, composta por nove veterinários, um representando cada país da Europa, visitará propriedades rurais nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. No Paraná, a missão deverá chegar entre os dias 15 e 16 de novembro.
A missão vai conhecer o sistema de sanidade pecuária, devendo conhecer as propriedades que já trabalham com rastreabilidade e outras que ainda não aderiram a essa prática de identificação dos animais desde a origem. A missão também vai conhecer o sistema de controle sanitário e se certificar que o trânsito de animais é totalmente informatizado por meio de Guias de Trânsito Animal (GTAs) eletrônicos. Serão visitados os postos de fiscalização que fazem fronteiras com outros Estados. O Paraná mantém 33 desses postos.
A segunda missão, da OIE, está prevista para dezembro, e também irá visitar as propriedades. Eles querem conhecer o trabalho de isolamento da fronteira realizado na primeira etapa de vacinação contra febre aftosa, em maio deste ano. Na época, mais de 700 pessoas pertencentes às organizações de produtores e prefeituras municipais, promoveram a vacinação assistida na região de fronteira com o Paraguai.
O mesmo procedimento deverá ser repetido agora em cinco regiões do Paraná, em Irati, Guarapuava, União da Vitória, Ivaiporã e Laranjeiras do Sul. Nesses locais a média de vacinação superou 95%, mas ainda assim ficou abaixo da média estadual que foi de 98,60%, disse o médico veterinário Silmar Bürer, diretor do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis) da Secretaria da Agricultura.