O número de casos de dengue voltou a aumentar no Paraná. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já contabilizou este ano 96 pessoas doentes, sendo 63 casos autóctones (contraídos no próprio Estado). Em 2004 foram apenas 55. Mesmo assim, o diretor da Divisão de Vigilância em Saúde e Pesquisa, José Francisco Konolsaisen, afirma que a situação já está sob controle. Até o momento as cidades que mais registraram casos estão na região Oeste e Norte: Paranavaí, Pato Bragado e Foz do Iguaçu.
José Francisco conta que dois fatores colaboraram para que o número de casos voltassem a subir no Estado. Um deles foi a seca, principalmente na Costa Oeste. Para garantir o consumo de água, a população armazenou o produto em vasilhas e acabou descuidando da proteção. Então, o mosquito Aedes Aegypti encontrou o ambiente perfeito para pôr seus ovos.
A troca de prefeitos também foi responsável pelo aumento no números de casos. José Francisco comenta que no final do ano passado alguns administradores demitiram todos, ou parte, dos agentes que combatem a dengue. "Houve uma desestruturação do serviço", fala.
Mas agora a situação já voltou ao normal e as 2,5 mil pessoas que faziam o trabalho em 2004 estão nas ruas novamente. No entanto, o diretor espera que novos casos apareçam no Paraná e o período de maior perigo de contaminação continua nas próximas cinco semanas. José Francisco, porém, afirma que os números ficarão bem abaixo dos registrados em 2003, quando 11 mil pessoas ficaram doentes. Cerca de 9 mil adquiriram a doença.
A região Oeste é a mais afetada, com 50% dos casos autoctónes. A maioria está na região de fronteira. Quando casos suspeitos são registrados, é feita a notificação pelas secretarias municipais de saúde que acionam todo um trabalho de mobilização para o combate à doença. A partir disso, agentes bloqueiam a área da residência ou localidade suspeita em um raio de 300 metros.
Agentes visitam todas as residências verificando o estado de saúde das pessoas, para ver se apresentam sintomas da doença, fazem uma varredura em locais que podem dar condições de reprodução do mosquito e, caso necessário, inseticidas contra o mosquito são aplicados. Se o caso for confirmado, 100% da localidade passam por esses procedimentos.