Estratégias

Paraná inicia plano pós-pandemia para diminuir a fila das cirurgias eletivas

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Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Foto: Arquivo.

Reunião nesta segunda-feira (30) entre Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e os municípios deu largada para o planejamento do atendimento pós-Covid do SUS no Paraná. Apesar de a pandemia ainda não ter acabado, o governo do estado pretende traçar estratégias em três frentes: desafogar a enorme fila de cirurgias que não puderam ser realizadas nos períodos mais críticos de transmissão do coronavírus, calibrar contratos com os hospitais para atender a nova realidade e reforçar o sistema para o atendimento de pacientes sequelados pela Covid-19.

O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, afirma que ainda não há nenhuma garantia de que o Paraná não vá ser impactado por uma nova onda de Covid-19. Porém, acredita que com o avanço da vacinação haverá menos internamentos, o que já permite traçar o planejamento do pós-pandemia.

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O primeiro ponto é reduzir a fila de cirurgias eletivas – aquelas que não têm urgência, mas que podem agravar o quadro do paciente se demorar para ser feita. Ao longo da maior parte da pandemia, esse tipo de procedimento ficou impedido de ser feito pelo risco de contaminação e, principalmente, para reservar leitos a pacientes com Covid-19. Isso gerou uma fila que levará aproximadamente três anos para ser zerada, segundo estimativa da própria Sesa.

Beto Preto afirma que haverá reforço no caixa dos hospitais para as cirurgias eletivas. “Veio recurso da Assembleia, do Fundo de Garantia dos Direitos dos Consumidores, que está sendo repassado à Secretaria de Saúde para ser usado integralmente  na estratégia de cirurgias eletivas no final desse ano e no exercício de 2022. O valor é de R$ 50 milhões. Para se ter ideia, em 2019 [antes da pandemia] entre a parte federal e estadual do incentivo de mutirão de cirurgias foram R$ 12 milhões”, informa o secretário.

O plano da Sesa é de que essas cirurgias sejam feitas o mais perto possível da residência dos pacientes. “Temos que pactuar com quem vai pilotar o bisturi, ou seja, conversar com médicos, hospitais para que as cirurgias de média complexidade sejam realizadas perto das cassas das pessoas. Temos que regionalizar cara vez mais a saúde do estado do Paraná”, aponta o secretário.

Leitos de UTI

A Sesa também terá que conversar com o Ministério da Saúde sobre a manutenção dos leitos de Covid-19 que forem liberados conforme os casos continuem diminuindo. Segundo Beto Preto, o governo federal já vem utilizando gatilhos de desarme financeiro para interromper o pagamento dos leitos que estão ficando inocupados, mas permitindo que sejam reabertos caso venha uma nova onda.

A principal questão a ser discutida na gestão tripartite do SUS com a redução de casos é o valor pago pelo Ministério da Saúde das diárias de UTI. Segundo Beto Preto, são pagos dois valores de diária intensiva ao Paraná, de aproximadamente R$ 500 e R$ 800. “Antes os leitos de UTI Covid tinham remuneração de R$ 1.600. Então, agora, precisamos rediscutir com os prestadores de serviços hospitalares”, afirma.

Já sobre a entrada de mais pacientes no SUS de pessoas com sequelas da Covid-19, Beto Preto não deu maiores detalhes do planejamento.

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