Alunos indígenas das comunidades caingangue e guarani de 16 municípios de diversas regiões do Estado receberam, esta semana, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, os diplomas de técnicos em Agropecuária.
Essa é a primeira turma formada pelo curso que é inédito no sul do Brasil. Os 17 formandos concluíram o curso no Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Pinhais.
A formação teve duração de quatro anos por meio da pedagogia da alternância, na qual o aluno permanece um período na escola e outro em sua comunidade colocando os conteúdos aprendidos na prática.
Além das disciplinas técnicas, aliadas às da grade nacional comum, os estudantes também tiveram aulas com disciplinas específicas de organização social indígena, política indígena e indigenista, além de língua caingangue e guarani.
Flávio Ny-Fej Marcolino já está colocando em prática a nova profissão que aprendeu na escola pública. O técnico trabalha em sua comunidade, em Apucaraninha. Para ele, a formação representa “uma vitória pessoal muito grande”.
Antes mesmo de se formar, o técnico Gilmar Kregpo Tavares decidiu criar uma horta comunitária no Colégio Estadual Rio das Cobras, em Nova Laranjeira. O projeto voluntário já tem um ano e os produtos da horta são acrescentados à merenda escolar.
De acordo com ele, a ideia é levar o projeto para as nove comunidades caingangues da região. “O conhecimento que aprendi na escola estou usando na minha comunidade, contribuindo para que eles possam se desenvolver sozinhos”, contou.
A oferta da capacitação técnica faz parte de um pacote de ações que o Governo do Paraná intensificou desde 2011 para garantir o direito ao acesso à educação de qualidade aos povos indígenas do Estado. São 13 escolas novas, professores das próprias comunidades e merenda de qualidade.
Além de encontros para discutir a história e a cultura dos povos indígenas que vivem no Estado. “Ampliamos significativamente o acesso e a qualidade de ensino para estudantes das comunidades indígenas paranaenses. No Paraná, a educação é para todos, e feita com respeito à identidade cultural”, destacou Arns.