A Secretaria de Saúde do Paraná irá entregar nesta terça-feira (18) à tarde ao Paraguai 20 mil doses de vacinas contra a febre amarela. A medida atende a um pedido do Consulado Geral do Brasil em Ciudad del Este, no Paraguai.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, as doses são destinadas à população que reside em cidades paraguaias, localizadas nas proximidades de Foz do Iguaçu. Devido às mortes registradas no país vizinho, a Secretaria de Saúde do Paraná constatou um significativo aumento nos últimos dias da procura pela vacina por paraguaios, nos postos de saúde de Foz do Iguaçu.
O órgão já iniciou a vacinação nas áreas rurais de Foz do Iguaçu, Toledo, Guarapuava e Pato Branco, áreas consideradas de risco no Paraná. Técnicos estão visitando casas e fazendas para levar a vacina e todos os postos de saúde dos quatro municípios receberam doses extras.
A estratégia faz parte das ações implementadas após a constatação, na semana passada, de dois casos de febre amarela silvestre no município de Laranjal, na região centro-oeste do estado, com a morte de um agricultor.
De acordo com o novo plano, o prazo para a vacinação nas áreas consideradas de maior risco – sudoeste, oeste e centro-oeste do estado – vai até o dia 4 de abril. A vacina deverá ser aplicada obrigatoriamente em pessoas que nunca foram imunizadas ou que foram vacinadas há mais de dez anos. As áreas de maior risco englobam 157 municípios e a previsão é de que cerca de 1,6 milhão de pessoas sejam imunizadas.
A população indígena também será vacinada. Segundo o coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Vinicius Reali, a vacina consta do calendário nacional de imunização indígena e, normalmente, é aplicada a partir dos nove meses de idade.
Entretanto, de acordo com ele, após o aparecimento dos primeiros casos na região da fronteira a equipe multidisciplinar presente nas aldeias redobrou a vigilância e a vacina passou a ser aplicada a partir dos seis meses de idade. O Paraná tem hoje 40 terras indígenas, com população total de 12,5 mil índios.
O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde informa que até o dia 14 deste mês foram notificados 65 casos suspeitos de febre amarela silvestre em todo o país desde 16 de dezembro de 2007, quando foi confirmado o primeiro caso da doença.
Desse total, 38 casos foram confirmados, com 20 mortes. O boletim divulgado pelo ministério diz que outros 23 casos suspeitos foram descartados e quatro permanecem em investigação.
No Paraná, a Secretaria de Saúde notificou dez casos suspeitos. Houve a confirmação de quatro, um continua em investigação e outros dois resultaram em morte.