O Paraná ficou em segundo lugar no ranking dos cursos de nível superior mais bem avaliados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2006, o antigo Provão. Os resultados das provas foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Em todo o País, apenas 0,79% (45) dos 5.701 cursos avaliados tiveram o conceito máximo (5). São Paulo teve oito cursos com a melhor avaliação e o Paraná, sete (veja a relação no quadro).
Entre as regiões, Nordeste e Sul obtiveram os conceitos mais altos. O Sul ficou com 28,6% das notas 4 e 5, e o Nordeste teve 25,7% dessas médias. A região Norte teve o pior desempenho, com 13,2% dos conceitos 4 e 5. No item ?área de conhecimento?, os estados do Sul se destacaram, avaliou o diretor de Estatística e Avaliação da Educação Superior do Inep, Dilvo Ristoff. O desempenho geral dos ingressantes dos cursos superiores da região Sul foi superior ao das outras em três das 15 áreas avaliadas. Entre os concluintes, são seis áreas. ?Provavelmente, os cursos da região Sul têm boa aderência às diretrizes nacionais, o que melhora o desempenho?, explicou. Ristoff ressaltou ainda que a região Sul possui índices de escolaridade também maiores ao nível nacional, o que pode ter contribuído com os bons resultados. ?Enquanto o Brasil tem uma taxa bruta de escolarização de 17%, o Sul tem 25%.?
O Rio Grande do Norte foi o estado com as melhores notas no Enade: o porcentual de cursos superiores com conceito máximo (4 e 5) chegou a 37,8%.
Em todo o País, o conceito médio dos estudantes foi de 45,4 – numa escala de 0 a 100 – na formação geral (que é a mesma prova aplicada para todas as áreas) e de 36,4 no conhecimento específico. A maior média ficou com os estudantes de Arquivologia (50,7) e a menor, com os de Administração (42,1). Segundo Ristoff, essas médias estão dentro da expectativa, já que confirmam uma tendência que se estende há alguns anos. ?Os exames de larga escala sempre têm o viés de médias mais baixas, mas isso não quer dizer que essa ou aquela região não tenha cursos bons. Quanto mais você expande o universo, notas mais baixas vai conseguir. Nesses casos, a média não nos diz muita coisa, a média dos estudantes de países ricos é 6?, avaliou.
O Enade 2006 foi aplicado no dia 12 de novembro, em 2.081 locais de prova, distribuídos em 871 municípios de todos os estados e do Distrito Federal. 386.524 estudantes de 5.701 cursos de 1.600 instituições de ensino superior participaram do exame. Foram avaliadas as áreas de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores (normal superior), música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.
Públicas superam particulares
(ABr e Mara Andrich)
Nas 15 áreas de conhecimento avaliadas pelo Exame Nacional de Desempenho (Enade) 2006, as universidades públicas são melhores do que as particulares. Os resultados foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC).
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, o bom desempenho das instituições públicas já é observado há algum tempo, desde a época do antigo Provão. ?O que nós estamos mostrando agora, com o IDD, é que além de terem melhores alunos formados, as instituições públicas também agregam mais conhecimento que as privadas.?
Para o diretor de Estatística e Avaliação da Educação Superior do Inep, Dilvo Ristoff, o fato de as universidades públicas obterem conceitos melhores no Enade é uma tendência histórica. Ele avalia que os estudantes que entram nessas instituições já possuem um nível melhor. ?Eles são mais competitivos, sem dúvidas?, comentou. Ristoff lembrou ainda que as universidades públicas possuem maior número de professores doutores, o que contribui para a melhoria no ensino.
Índices
O IDD (Indicador de Diferença entre o Desempenho Observado e o Esperado) mostra a diferença entre o desempenho esperado e o alcançado na prova pelos formandos, revelando, assim, quanto conhecimento foi agregado. Varia de 1 a 5.
O Enade aponta que 10,2% das públicas tiveram nota máxima (5) – contra 5,6% das particulares – e que 28,9% conseguiram 4 – contra 23,7% das particulares.
No Conceito Enade, que varia de 1 a 5 e avalia de forma conjunta o desempenho dos alunos ingressantes e concluintes, 21,2% dos cursos da instituições públicas alcançam nota máxima – contra 1,6% das privadas – e 33,1% tiveram 4 – contra 14,6% das privadas.
Alunos do ProUni tiveram notas melhores
Brasília (AE) – Os alunos que entraram na universidade pelo programa Universidade para Todos (ProUni) tiveram notas melhores do que os demais estudantes no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) deste ano. De 15 áreas avaliadas, 14 contavam com alunos do ProUni. Em todas elas, as médias desses estudantes foram bem superiores às dos demais na prova de conhecimentos gerais.
Outro dado que o Enade de 2006 traz é o aumento do número de estudantes oriundos de escolas públicas no ensino superior. De 39,6%, em 2003, para 46,3%, em 2006. Esse aumento pode ser diretamente relacionado ao ProUni, já que o programa é apenas para alunos de escolas de ensino médio públicas, e também para os vários programas de cotas para esses estudantes, que já foram criados em várias universidades federais e estaduais. O mesmo aconteceu com os alunos que se declaram pretos e pardos.
