Um trabalho realizado em Foz do Iguaçu, no refúgio ecológico da Itaipu Binacional, é referência no cultivo de espécies fitoterápicas destinadas ao Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Primária à Saúde, desenvolvido pelo governo federal. Ontem, o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, esteve na região oeste, para conhecer o trabalho e debater com agricultores detalhes sobre o convênio em trâmite entre a Secretaria de Agricultura Familiar e a Produtores Associados para o Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec).
Através dele, produtores agrícolas da região receberão verbas federais para investimento na produção de matéria-prima destinada à medicação para uso de fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS). A parceria deve ser assinada no final do mês, e prevê R$ 99 mil de recursos aos agricultores, com o envolvimento de 25 produtores rurais em uma área total de 192,4 hectares.
O herbanário da Itaipu existe desde 2003 e corresponde a dois hectares, com pesquisas de 144 espécies de plantas. Destas, 40 vêm sendo repassadas a hortos de 29 municípios da região, e dez destas espécies estão cientificamente estudadas e fazem parte da lista de medicações do SUS. São elas boldo, macela, camomila, melissa, alcachofra, hortelã, manjericão, espinheira santa, guaco e poeja. Além da vocação de pesquisa científica, o herbanário funciona como centro de capacitação para agricultores interessados em cultivar as ervas medicinais. ?Aqui damos todos os detalhes de como cultivar, desde os cuidados com o solo até o tempo certo para a colheita?, explica a farmacêutica Loici Maria Marin Coletto. A atenção à comunidade não se restringe à etapa produtiva, pois o programa da Itaipu inclui capacitação de agentes da saúde, como médicos e farmacêuticos.
