Foi assinado ontem, em Foz do Iguaçu, um acordo de parceria técnica entre o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Ministério Público do Paraguai. O documento é o resultado do primeiro encontro entre agentes dos dois órgãos para discutir a integração dos programas Paraná Biodiversidade e Paraguai Biodiversidade. O encontro também contou com a participação do ministro de Meio Ambiente do Paraguai, Alfredo Molinas, e representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Ibama.
A intenção dos dois ministérios públicos é desenvolver um projeto de trabalho conjunto para a região da bacia hidrográfica do Paraná III. ?Nos comprometemos em resolver a comunicação e a troca de informação entre os dois países, além de planejarmos juntos soluções para combater o contrabando e a venda ilegal de agroquímicos, o desmatamento, a pesca ilegal e os fornos clandestinos de carvão?, enumera o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos.
A organizadora do encontro, a promotora de Justiça Luciana Ribeiro Lepri Moreira, coordenadora executiva do projeto do MP-PR de promotorias por bacia hidrográfica, conta que a proposta dos dois MPs é definir na reunião as primeiras ações para a criação de um corredor de biodiversidade binacional, para trabalhar no desenvolvimento de ações ambientais, sobretudo de reflorestamento e proteção da mata nativa na região.
?Considerando que o meio ambiente não reconhece fronteiras, temos a oportunidade de trabalhar juntos, Brasil e Paraguai?, afirma. Ela completa ainda que as conclusões do encontro serão apresentadas em uma reunião posterior, com todos os promotores de Justiça que atuam na região, do Paraná e do Paraguai, e os representantes das instituições envolvidas.
Santos diz que o documento assinado ontem tem grande valor na criação destes corredores de biodiversidade, pois no Paraguai ainda existem grandes áreas de mata nativa que podem se beneficiar. ?Isso é muito interessante, já que na região da fronteira, no lado brasileiro, restou muito pouco para se preservar?.
