O Paraná foi um dos estados brasileiros que mais desmataram áreas de Mata Atlântica nos últimos 20 anos e, embora tenha diminuído drasticamente esse processo nos últimos anos, ainda tem um longo caminho pela frente.
Essa é uma das conclusões do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, avaliação feita pela ONG Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no período de 2005 a 2007 e divulgada ontem pelas instituições.
Dentre os 17 estados brasileiros que apresentam esse tipo de bioma, o Paraná aparece em uma posição nada confortável. Desde o início do levantamento, em 1985, o Estado é um dos que mais desmataram a Mata Atlântica em números absolutos. De acordo com Márcia Hirota, coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica, a situação da Mata Atlântica no Paraná é bem crítica.
?O Paraná tem uma grande parcela no desmatamento da mata. Nos períodos de 1985 a 1990 e de 1995 a 2000, o Estado foi campeão no desmatamento, devastando 144,24 mil hectares e 177,8 hectares, respectivamente?, aponta. No levantamento de 2000 a 2005, o Estado foi o quarto colocado em derrubada da Mata Atlântica no ranking nacional. ?Apesar de tudo isso, nesta última pesquisa foi verificada uma queda expressiva na taxa de desflorestamento de 84%, o que é muito bom, mas ainda pode melhorar, pois o Estado possui três dos dez municípios que mais derrubou a mata?, afirma a coordenadora.
Estes municípios são Bituruna, Coronel Domingos Soares e Palmas, todos nas regiões sul e centro-sul do Estado – esta última, a principal responsável pela derrubada da Mata Atlântica no Paraná.
Para Hirota, o desmatamento no Estado deve-se principalmente a questões econômicas. ?Acredito que a maior parte das áreas devastadas foi para substituir a Mata Atlântica por florestas de pinus, que são mais rentáveis.?
Além do Paraná, outros estados que têm grandes áreas desmatadas, segundo as instituições, são Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia.
