Paraná é modelo no combate ao popular bócio

O conhecido teste do pezinho, realizado em crianças recém-nascidas, é fundamental para o combate do hipotireoidismo congênito. Doença essa, que, se não é detectada nos primeiros dias, pode se transformar num retardo mental irreversível.

O Paraná é modelo no combate ao problema. Todas as clínicas e hospitais do Estado têm o exame, que é feito na Fundação Ecumênica e , em caso positivo, encaminhado ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na fase adulta, a glândula tireóide também pode gerar transtornos, podendo formar o bócio, popularmente conhecido como papa ou papeira.

Disfunções da glândula tireóide, localizada na base do pescoço, podem levar ao aumento de volume da glândula. O aspecto diferente causado na fisionomia da pessoa que tem o problema é conhecido como bócio. A falta de iodo, o surgimento de nódulos na tireóide e a ação de anticorpos do próprio organismo são os principais responsáveis pelo surgimento da alteração.

A tireóide, que normalmente tem uns 20 cm, é responsável pela produção do T4. Esse hormônio encarrega-se de equilibrar uma série de tecidos do corpo humano. Para que a tireóide funcione bem, ela é estimulada pelo Thyroid Stimulating Hormone (TSH), que é produzido em outra glândula, a hipófise. A quantidade de TSH enviado para a hipófise na base do cérebro é regulada pelo nível de T4 produzido na tireóide. Por isso, quando ocorre algum tipo de alteração nesse ciclo, a tireóide é prejudicada e muitas vezes aumenta de volume, causando um aspecto anti-estético.

Hiper e hipo

O hipotireoidismo é quando a tireóide produz pouco T4. Nessa situação a hipófise acaba enviando mais TSH, o que acarreta no aumento de volume. Isso acontece quando há deficiência de iodo no organismo ou quando anticorpos (doença antímune tireodiana) agem alterando o funcionamento da tireóide. A gravidez é um momento onde a mulher necessita de mais iodo.

Por tanto, corre mais riscos de desenvolver o problema. No Brasil, o iodo é colocado no sal de cozinha. Os frutos do mar também são outra boa fonte do elemento químico. Para o chefe do serviço de endocrinologia do HC, Hans Graf, a necessidade de iodo é bem suprida no Brasil, embora ele considere que o problema ainda acontece em áreas onde o acesso ao produto é mais difícil. “As pessoas que não comem sal não são afetadas, pois encontramos o iodo em outros alimentos, até no pão. Mas sei que existem localidades aqui e até na Europa, onde a quantidade de iodo ingerida é inferior à necessária”, contou o endocrinologista. Ele destacou que a incidência dos problemas na hipófise é dez vezes maior nas mulheres. “Tenho notado nos últimos anos um crescimento no número de casos. O estresse é o principal agravador da situação”, relatou Graf.

No hipertireoidismo, anticorpos agem de maneira diferente. Dessa vez eles fornecem à hipófise o TSI, hormônio que age de maneira similar ao TSH. A hipófise então produz mais T4 do que o necessário e também acaba aumentando seu volume.

Outra complicação na tireóide acontece com o surgimento de nódulos. Nesses casos acontece o bócio nodular. Graf explicou que nessa situação o mais preocupante é verificar se o nódulo é benigno. “Somente em 5% dos casos ele é maligno. Mas a preocupação é grande pois pode evoluir para um câncer” destacou Graf.

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