Paraná é denunciado por violar direitos humanos

Membros da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal receberam, ontem, denúncias de violação dos direitos humanos no Paraná. Eles participaram de uma audiência pública em Curitiba e ouviram relatos sobre tortura, execução, ações de milícias privadas no campo, remoção de moradores de rua em Paranaguá, sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Invasões Urbanas realizada pela Câmara de Vereadores de Curitiba, e sobre a suspensão do fornecimento de medicamentos excepcionais pelo governo estadual. Após a audiência, os membros se reuniram com vereadores da capital e hoje devem encontrar autoridades do Estado.

Diversos representantes de organizações não-governamentais e familiares de vítimas foram até a audiência relatar os casos. O presidente da comissão, deputado Luiz Couto (PT-PB), garantiu que os membros da Câmara iriam averiguar todas as denúncias. ?Vamos ouvir as vítimas e representantes e amanhã (hoje) nos encontraremos com as autoridades para ver o que está sendo feito?, explicou. Entre as denúncias, o deputado afirmou que um dos pontos mais preocupantes é o envolvimento da polícia em crimes, principalmente nas milícias privadas. Couto vai encaminhar um relatório à Câmara para depois decidir quais providências devem ser tomadas.

Os primeiros casos relatados eram relacionados a milícias no campo. ?Elas existiam na década de 1990 e com as novas ocupações estão ressurgindo. A Constituição Federal proíbe a criação de grupos paramilitares. E eles agem no meio da noite, com extrema violência?, contou a advogada da ONG-Terra de Direitos, Gisele Cassano. Vereadores de Curitiba também foram alvos das denúncias. Segundo o advogado da ONG-Terra de Direitos, Vinicius de Oliveira, a CPI das Invasões Urbanas ?sofreu manobras políticas para criminalizar os movimentos sociais que reivindicam o direito à moradia?. Ele apresentou um documento apontando irregularidades no relatório final da CPI.

Assassinato

Leni Bastos Eilert, mãe do professor Luiz Ernesto Eilert, assassinado junto com sua mulher, a professora Aparecida Carli, em Coronel Domingues Soares, no dia 23 de junho deste ano, também foi pedir ajuda aos parlamentares. Os dois foram assassinados com tiros no peito e na cabeça enquanto andavam de moto pela cidade. Leni contou que até hoje não se sabe quem matou e nem o motivo. 

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