A Secretaria da Saúde do Paraná vai repassar de dezembro a março do ano que vem R$ 197 mil aos 89 municípios do Paraná que tiveram casos autóctones da dengue nos anos de 2000, 2001 e 2002. O recurso vem do Teto Financeiro de Epidemologia e Controle das Doenças e deverá ser distribuído de acordo com a população. Além disso, 9.387 agentes comunitários de saúde deverão ser capacitados até o mês que vem.

As informações foram divulgadas ontem, durante a segunda reunião do Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue. O Dia D de Combate à Dengue será no dia 23 de novembro, quando serão desenvolvidas atividades no intuito de acabar com os criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

O diretor de Centro de Saúde Ambiental, Antônio Carlos Setti, ressaltou que no Paraná as metas são bem parecidas com as do Ministério da Saúde. Em nível nacional, a expectativa é reduzir em 50% o número de casos de dengue, a menos de 1% o número de óbitos por dengue hemorrágica e também a menos de 1% o índice de infestação vetorial do mosquito. Este ano, foram diagnosticados mais de 670 mil casos de dengue em todo o país. No Paraná, foram 5.054 casos até a semana passada.

“Nosso objetivo é estabelecer diretrizes no combate à dengue. Já desenvolvemos treinamentos para médicos e profissionais que trabalham em hospitais”, informou o diretor. Segundo ele, além de agentes comunitários da saúde, mais de 450 supervisores dos agentes de campo serão capacitados.

Litoral

Sobre o litoral paranaense, o diretor Antonio Carlos Setti rebateu a informação do secretário da Associação Comunitária Balneário Atami, neurologista Paulo Bittencourt, de que há grande risco de ocorrer uma epidemia da doença na alta temporada. Segundo Setti, de acordo com o levantamento entomológico realizado no litoral paranaense, não foi constatada a presença do mosquito transmissor da dengue, e sim do Aedes albopctus, que não teria relação com a transmissão do vírus. Ele admitiu, no entanto, que em Paranaguá, especialmente, há o risco de a dengue se espalhar, por se tratar de uma cidade portuária. “Chegam a Paranaguá navios de todas as regiões do mundo, que podem trazer agentes biológicos capazes de desencadear a doença. Além disso, a água de lastro jogada na baía também pode estar contaminada”, advertiu. (Lyrian Saiki)

Curitibano denuncia área de risco

Lyrian Saiki

No dia 15 de outubro, O Estado publicou matéria sobre uma obra abandonada na Avenida João Gualberto, em Curitiba, cujo terreno estava alagado. O representante comercial Fernando de Fino, morador do prédio de fundos, foi quem denunciou o problema na época. Segundo ele, uma construtora teria feito apenas a fundação do prédio há cerca de três anos e faliu. “Desde então, é só chover um pouco e o lugar já enche. É uma piscina de sujeira”, reclamou.

Quase um mês depois da denúncia, o problema continua. O temor de Fernando, agora, é com a proliferação do Aedes aegypti. “Nada foi resolvido: nem a Prefeitura, nem a saúde pública ou vigilância sanitária, ninguém tomou atitude”, protestou. “Agora que o verão vai chegar, o calor já começou, nossa preocupação é com o mosquito transmissor da dengue. Estamos realmente preocupados.”

De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Curitiba, o proprietário do terreno já foi multado duas vezes por não fazer a drenagem no local.

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