A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) descarta por enquanto reduzir o intervalo de três meses entre a primeira e segunda dose das vacinas da Astrazeneca e Pfizer para garantir uma maior imunização contra a variante delta do coronavírus. “O Paraná segue o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. Portanto, neste momento, não recomenda a antecipação de doses”, afirma a Sesa em nota.

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O Paraná neste momento é o epicentro de casos da variante também conhecida como indiana no Brasil, com sete infecções detectadas. Desde sábado (10), equipes do Ministério da Saúde estão no estado para averiguar se há circulação da variante nas quatro cidades onde ela foi detectada.

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Semana passada, a revista científica Nature publicou estudo do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França que aponta que apenas uma dose da Astrazeneca e Pfizer tem eficácia de apenas 10% contra a variante delta. Porém, o mesmo estudo mostrou que a eficácia contra a cepa indiana sobe para 95% com as duas doses dos mesmos laboratórios. Na mesma publicação, os pesquisadores franceses enfatizam que a delta foi a variante de coronavírus que mais dificultou a imunização pelos anticorpos produzidos a partir da vacinação.

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Após a publicação da Nature, oito estados e o Distrito Federal decidiram adiantar a segunda dose. Além do DF, vão aplicar a segunda dose antes dos três meses os estados do Acre, Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Santa Catarina. Além das capitais desses estados, outras duas prefeituras também decidiram adiantar a aplicação: Salvador (BA) e Fortaleza (CE). O intervalo nessas unidades da federação vai variar entre 45 e 70 dias ao invés dos 90 dias usuais.

O próprio Ministério da Saúde chegou a debater a redução no intervalo das doses na Câmara Técnica do PNI, frente que apoia a pasta federal na tomada de decisões na pandemia de Covid-19. A decisão foi de manter o prazo de 90 dias entre as doses, mas o ministério ressaltou estar atento à possibilidade de alterar o intervalo conforme conforme o resultado das análises dos rastreamentos da variante indiana no país.

Após registrar o primeiro caso da variante delta no fim de de junho, o estado de São Paulo também cogitou adiantar a segunda dose da Astrazeneca e Pfizer, mas por enquanto também vai manter o intervalo de três meses. “Todo calendário vacinal segue a diretriz do Programa Nacional de Imunização (PNI), no que tange, inclusive, ao intervalo das doses. Dessa maneira, entendemos que São Paulo segue a normativa do ministério”, informou a Secretaria de Saúde paulista.

Epicentro no Paraná

O Paraná tem sete casos confirmados da variante delta. Os casos levaram o Ministério da Saúde a enviar equipes para verificar se há circulação da variante nas quatro cidades paranaenses em que ela foi detectada: Apucarana com quatro casos e Rolândia, Mandaguari e Francisco Beltrão com um caso cada.

O Paraná é também o único estado com mortes pela nova cepa: uma mulher grávida de 42 que veio do Japão visitar parentes em Apucarana e um rapaz de 28 anos de Mandaguari.

Apesar dos registros, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, enfatiza que “não é momento de pânico com essas variantes, mas de estudo, análise e preparação dos próximos passos”. Mesmo assim, a prefeitura de Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, solicitou reforço no envio de vacina da Covid-19 após registrar a contaminação pela variante delta junho de em um homem de 60 anos que se curou.