A dengue vem preocupando este ano o Paraná. Em menos de três meses passa de 2,1 mil casos autóctones da doença confirmados. As cidades que apresentam os maiores índices são Ubiratã, Santa Helena, Foz do Iguaçu, Maringá, Paiçandu, Marechal Cândido Rondon e Londrina. Inclusive, na semana passada, uma mulher morreu vítima do tipo hemorrágico da doença em Londrina. Nos últimos anos, a principal epidemia ocorreu em 2003, quando foram confirmados 9.438 casos, dos 22.516 notificados, principalmente nos municípios de Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá, Iboporã e Assis Chateaubriand.
As autoridades vêm encontrando dificuldades para combater o problema porque a população não colabora. A maioria dos focos encontrados está dentro do quintal das pessoas. Ontem, em Maringá, a cidade promoveu o Dia Municipal de Combate à Dengue. Os agentes ambientais entraram na casa das pessoas e recolheram todo o lixo que pudesse acumular água. Devido a resistência de moradores, em alguns locais, foi necessário a presença da polícia.
O número de casos positivos da dengue chegou a 398 em Maringá e a 1.818 notificações. Além disso, a mulher que morreu vítima da doença em Londrina, contraiu o mal em Maringá. Apesar de todos os esforços que a secretaria municipal tem feito para combater o problema, a batalha parece ainda estar longe de ser vencida. O maior inimigo é a população, segundo o supervisor-geral de vigilância ambiental, Arnaldo Costa. Muitas pessoas não permitem que os agentes ambientais entrem nas casas para verificar se há focos do mosquito.
Devido à gravidade do problema, a coordenadora de Vigilância Ambiental, Mariângela Felix, foi nomeada oficial de justiça ?ad hoc?, com o poder de acionar a polícia se necessário, para que os vigilantes ambientais possam realizar seu trabalho. Ontem pela manhã, os agentes enfrentaram dificuldades para entrar em um terreno que fica ao lado da Escola Municipal Vinícius de Moraes, no bairro Cidade Alta. O proprietário não queria que os entulhos fossem levados, e afirmava que tudo o que havia juntado na rua valia dinheiro. Foi necessário a presença da polícia para que o material fosse retirado. ?O dono ficou bravo. O filho colocou uma moto na entrada para impedir o avanço da pá-carregadeira?, disse Arnaldo. O trabalho de retirada durou o dia todo e foram necessários vários caminhões para fazer o trabalho. ?O dono já havia sido notificado, mas nenhuma providência foi tomada?, completou.
Além do bairro Cidade Alta, a ação se repetiu em outros pontos da cidade onde a incidência de casos é maior: Mandacaru, Vila Operária, Aeroporto, Requião/Guaiapó, Vila Esperança e Mandacaru. A operação contou com cerca de 200 agentes e mais de 20 caminhões para recolher o lixo.