Foi detectado no Paraná o segundo caso de infecção pela variante indiana do coronavírus, a cepa B.1.617, também conhecida como delta. Assim como no primeiro caso, a infecção também é da cidade de Apucarana, no Norte do estado. A variante foi detectada após envio de material genético para análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A paciente infectada pela variante indiana era uma mulher de 42 anos, grávida, que morava no Japão e chegou no Brasil dia 5 de abril para visitar a família. Antes de embarcar, a paciente fez exame RT-PCR que deu negativo para Covid-19. Dois dias depois, em 7 de abril, a gestante apresentou sintomas respiratórios e foi detectada a cepa delta.
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Ela foi internada em 15 de abril e, pelo agravamento do caso, passou por cesariana de emergência três dias depois. A mãe morreu no mesmo dia do procedimento. Já o bebê prematuro de 28 semanas ficou internado um mês, recebendo alta em 18 de junho, A criança está bem.
A gestante era amiga da filha da primeira pessoa detectada com a variante, uma senhora de 71 anos que apresentou sintomas respiratórios dia 19 de abril. A mulher chegou a ser hospitalizada, mas se curou. Já o marido de 74 anos e um dos filhos da primeira vítima, de 58 anos, morreram de Covid-19 – todos moravam na mesma residência. Não foi confirmado se o marido e o filho também foram contaminados pela cepa delta.
Segundo relatado à Regional de Saúde, a filha da primeira vítima havia visitado a gestante dia 7 de abril. Ela também havia contraído Covid-19, mas fez o teste de antígeno (farmácia), não sendo possível fazer a análise genética para averiguar se havia sido contaminado pela variante indiana. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) aguarda o resultado do sequenciamento genético de outros dois integrantes da família para averiguar se mais pessoas foram infectadas pela variante.
Preocupação
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, não esconde a preocupação com a variante indiana, que, conforme estudos britânicos, é cerca de 60% mais contagiosa do que a cepa original do coronavírus. “A variante indiana ainda não está circulando com força no Paraná, mas vai estar. É difícil controlar depois que está em transmissão comunitária”, afirmou o secretária no dia 10 de junho.
Desde o início da pandemia, o Paraná enviou 926 amostras de coronavírus para sequenciamento genômico na Fiocruz, como objetivo de averiguar as variantes. Destas coletas, 600 foram sequenciadas e 326 permanecem em análise.