Fechamento completo

Paraná avalia lockdown regional após aumento de 354% nos casos de covid-19

Beto Preto, secretário de Saúde do Paraná. Foto: Arquivo/André Rodrigues/Tribuna do Paraná.

Com o aumento expressivo de casos de coronavírus três semanas após a flexibilização no isolamento social, com reabertura de shoppings, igrejas e academias, o governo do Paraná cogita a possibilidade de adotar regionalmente o lockdown, o fechamento completo de atividades não essenciais. A declaração foi dada pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná segunda-feira (15). “O lockdown regional é possível. Estamos analisando os números”, disse o secretário na entrevista.

Em três meses, o Paraná viu o número de casos explodirem, com um aumento de 354%. No início da pandemia, no dia 15 de março, eram 2.139 infectados no estado. Segunda-feira, 15 de junho, data do último boletim epidemiológico, os casos saltaram para 9.716. No mesmo período, o número de mortos foi de 121 para 334, um aumento de 176%. Das 649 vagas de UTI exclusivas para covid-19, 450 já estavam ocupadas segunda-feira (15). Ou seja, 69% de ocupação. Na região oeste do estado, a taxa de ocupação das UTIs é maior, 71%. Mais de 75% dos 399 municípios do estado já tem pacientes infectados.

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Beto Preto admite que o lockdown – quando apenas serviços essenciais ficam abertos, como mercados, farmácias e postos de combustíveis – é uma medida dura e que por isso precisa da colaboração de todos nas medidas preventivas para que não seja tomada. “O lockdown é bem agressivo, atinge a todos e a todas as atividades, deixando apenas as atividades essenciais”, avalia Beto Preto.

O secretário lembra que o fechamento completo se for feito é pelo período mínimo de 14 dias. “Não se faz lockdown de dois, três dias. Então essa decisão tem que ser tomada com muita sensibilidade, pra não afetar efetivamente a [economia da] região, mas também para cortar a possibilidade de transmissão”, explica o titular da Saúde no Paraná.

Beto Preto enfatiza que todas as medidas de proteção devem ser tomadas pela população: lavar as mãos, usar álcool gel, usar obrigatoriamente a máscara fora de casa, distanciamento de 1,5 m das outras pessoas e, principalmente, só sair de casa se for realmente necessário. “Essa ampliação dos números de casos, essa curva ascendente, diz respeito principalmente àquilo que em algum momento há 10, 15, 30 dias atrás deixamos de fazer. Principalmente o isolamento social, o distanciamento social, que tanto temos falado”, aponta o secretário.

Empresas

O secretário estadual da Saúde não esconde a preocupação com a transmissão de coronavírus nas empresas em atividade e em outros ambientes fechados, como as carceragens. Na entrevista à RPC, Beto Preto citou o caso de um frigorífico de Cianorte com 800 funcionários que testaram positivo, a delegacia de Toledo com mais de 120 presos contaminados e uma obra na região Sudoeste com mais 100 infectados.

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“Só nesses casos são cerca de mil infectados”, enfatizou o secretário, que afirmou que vai buscar mais diálogo com a iniciativa privada para a prevenção. “Em ambientes fechados, se forem tomadas as devidas providências nós conseguimos controlar”, reforça o secretário.


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