Paraná atinge a maior transmissão de covid-19 do país na véspera de flexibilizar restrições

UTI covid-19
O Centro de Reabilitação é um dos hospitais que recebe pacientes de Covid-19 em Curitiba. Foto: Divulgação/AEN

Na véspera de flexibilizar as restrições para frear o avanço do coronavírus, o Paraná é disparado o estado com transmissão mais acelerada da Covid-19.

Quarta-feira (10), o governo do estado vai permitir a reabertura do comércio e a volta às aulas, mesmo com a maior média móvel de todo o Brasil. De acordo com o Farol Covid, plataforma com estatísticas públicas da pandemia, segunda-feira (8) o Paraná teve no intervalo de sete dias média de 96,94 infecções por 100 mil habitantes. O segundo colocado é Rondônia, com 70,98 infecções por 100 mil habitantes em sete dias. Já o terceiro estado com a média móvel de transmissão mais acelerada é Santa Catarina, com 66,79 casos por 100 mil habitantes.

Em relação às mortes, o Paraná é o sexto estado com a maior taxa móvel, com 1,15 óbito por 100 mil habitantes no prazo de uma semana. O líder é Rondônia, com 2,23 mortes, seguido por Roraima (1,58), Rio Grande do Sul (1,37), Santa Catarina (1,24) e Amazonas (1,21).

Segunda-feira o Paraná alcançou mais dois recordes negativos desde o início da pandemia, há quase um ano. Primeiro, teve a maior média móvel de mortes, com 130 vidas perdidas por dia para a Covid-19 no prazo de uma semana – marca que tende a ser maior ainda, já que muitos municípios só apresentam as estatísticas do fim de semana na terça-feira.

Além disso, pela primeira vez o estado ultrapassou a marca de mil pacientes na espera por um leito. Segunda-feira, 1.071 pacientes com Covid-19 aguardavam por uma vaga de internamento nos hospitais do Paraná, sendo que praticamente metade, 519, estava em estado grave precisando de leito de UTI.

Não é a mesma Covid, diz médico

O avanço acelerado do coronavírus a três dias de o Paraná completar um ano dos primeiros casos detectados aponta que o estado vive praticamente uma nova pandemia, aponta a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Isso por conta da nova variante brasileira do coronavírus, cerca de 70% mais transmissível, que já está se tornando a mutação dominante em todo o país.

“Estamos com uma nova doença, não é a mesma Covid, é um primo dela muito pior. Tivemos de dezembro de 2020 para fevereiro de 2021 um aumento de 85% de internações em UTI. A doença agora é muito mais grave do que a anterior”, aponta o gestor em Saúde da Sesa, o médico Vinícius Filipak, que junto com o secretário estadual Beto Preto presta na manhã desta terça esclarecimentos sobre a flexibilização das medidas aos deputados estaduais.

A partir das 5h de quarta-feira, um novo decreto estadual permite a reabertura do comércio e a volta das aulas presenciais. Apesar de terem autonomia de publicarem seus próprios decretos, a tendência é de que os municípios sigam a determinação do governo do estado.

Ainda na segunda-feira, o Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Paraná, Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Paraná encaminharam ofício ao governador Carlos Massa Ratinho Jr (PDS) e à Sesa questionando por que ao invés de serem estendidas neste momento crítico as restrições serão flexionadas.

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