O Paraná perdeu 9.978 hectares (ha), ou 0,51%, da mata atlântica remanescente de seu território entre 2005 e 2008. A constatação é do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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O estudo aponta que o desmatamento no Estado, apesar de contínuo, diminuiu proporcionalmente 41% em relação ao estudo anterior, divulgado em 2005 e que compreendeu o período entre 2000 e 2004, quando a área desmatada havia sido de 28 mil hectares.

De acordo com o levantamento, o Paraná foi o 4.º estado que mais desmatou no período avaliado. O desmatamento é mais crítico nos estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, que perderam, respectivamente, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148 ha.

Segundo a análise, ainda restam 1.937.663 ha de mata atlântica paranaense, o que representa 9,85% do bioma original. Se contabilizadas as áreas de mangue (33.507 ha) e restinga (100.514 ha), a área total de florestas remanescentes é de 2.071.685 ha, ou 10,53% da área que cobria 98% do território do Paraná.

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O secretário de Estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, atribui a redução da área desmatada ao trabalho de controle das áreas de preservação. Segundo ele, o Paraná reforçou o efetivo de policiais florestais com mais 75 homens, em 2006, priorizando o corredor do bioma que passa por 63 municípios. “Em três anos houve um ganho de 63 mil hectares de florestas, graças às medidas adotadas para a preservação”, afirma.

Nos últimos três anos, a pesquisa aponta para uma média de 3,3 mil ha de floresta devastados a cada ano no Paraná, enquanto que a média do estudo anterior foi de 5,6 mil ha anuais.

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Existem áreas originais de mata atlântica em 17 estados brasileiros. O Atlas apurou que, em dez destes estados, os desflorestamentos no período 2005-2008 totalizaram 102.938 ha, mantendo a média anual de 34.121 ha desflorestados por ano.

“É uma média bastante alta, o que torna a situação preocupante, apesar de a média de áreas devastadas ter caído”, afirma o coordenador técnico do estudo pelo Inpe, Flávio Ponzoni.

Nos mesmos 17 estados, o bioma está reduzido a 7,26% de sua área original, ou 1,3 milhão de quilômetros quadrados. O estudo confirma, no entanto, a redução de 69% na taxa de desmatamento comparada com o levantamento divulgado em 2005.