Médicos de Curitiba realizaram nesta terça-feira (30) mais uma manifestação contra os vetos da presidente Dilma Roussef à lei do Ato Médico e à medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. Durante toda manhã, cerca de mil manifestantes se concentraram na Praça Rui Barbosa. Já no início da tarde, os médicos seguiram pelas principais praças da cidade onde fizeram panfletagem e colheram assinaturas para um abaixo assinado.

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O ato afetou os atendimentos eletivos nos principais centros médicos da capital. Os hospitais do Trabalhador, Evangélico, Cajuru e o Hospital de Clínicas informaram que cirurgias e consultas marcadas para esta terça foram canceladas e reagendadas. As unidades de Saúde de Curitiba também tiveram problemas. A Secretaria Municipal de Saúde disse que os atendimentos de urgências não foram afetados, mas confirmou que parte consultas de menor prioridade foi cancelada.

A dona de casa Célia Scorpeli veio de Guaíra, na região oeste do Paraná, para acompanhar a filha Katiuscia, de 8 anos, numa consulta com um especialista em ortopedia pediátrica no Hospital de Clínicas. No entanto, devido à paralisação, não foi atendida e só conseguiu o reagendamento para daqui a duas semanas. “Hoje iríamos saber se a minha filha precisaria ou não de uma cirurgia, mas voltamos de mão aberta. Ninguém do hospital me ligou e avisou da greve. Isso é uma vergonha. Passamos a noite dentro de um ônibus para nada”, desabafa.

Reivindicações

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Os médicos protestam contra os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico, contra a medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, conhecido como Revalida.

De acordo com o médico João Carlos Baracho, presidente da Associação Médica do Paraná, uma das instituições organizadores do ato, as assinaturas colhidas nesta terça serão encaminhadas para Brasília. “Amanhã vamos realizar uma assembleia para finalizarmos a Carta do Paraná com as revindicações da categoria que encaminharemos ao presidente do Senado, Renan Calheiros. Vamos manter nossa posição. Não queremos que ao população brasileira se divida em duas categorias: as que são atendidas por médicos e as que vão ter atendimento por o que chamamos de híbridos, que são estudantes e médicos sem a devida capacitação para trabalhar no Brasil”, afirma Baracho.

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