Usuários da Rede Integrada de Transporte (RIT) da Grande Curitiba podem sair de casa despreocupados na segunda-feira (23), sem risco de não encontrarem ônibus circulando. Em audiência realizada na tarde desta sexta-feira (20) no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) retirou o indicativo de greve marcada para iniciar à zero hora do dia 23. A decisão atendeu pedido da desembargadora Ana Carolina Zaina, que marcou nova audiência com participação do Sindimoc, Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) para quarta-feira, às 14h30.
Até lá, está descartada paralisação do serviço de transporte coletivo. Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, a assembleia que deflagraria a greve já estava marcada para o sábado (21), às 10h, na sede campestre da entidade, em São José dos Pinhais. “Esperamos que tenha negociação. Caso não haja interesse da parte contrária em negociar, o sindicato vai reabrir o indicativo de greve na segunda-feira, a partir de 72 horas”, declarou.
A juíza Ana Carolina deu prazo até terça-feira para que Setransp, Urbs e Comec se manifestem sobre as questões reivindicadas pelo Sindimoc. Além do não cumprimento integral do acordo coletivo fechado em março, após quatro dias de paralisação e intervenção do TRT, o sindicato dos trabalhadores pede providências dos empresários quanto a vários itens, como descontos indevidos relativos a assaltos, acidentes e multas de fiscalização; cumprimento da lei que proíbe a dupla função; e combate ao assédio moral.
O representante do Setransp informou que o Sindimoc havia iniciado negociações individuais com algumas empresas e que está aberto a negociações. No final da audiência, o advogado do Setransp anunciou que, “por questão de segurança”, não liberaria mais os 21 ônibus prometidos para transporte de trabalhadores à festa junina do Sindimoc, que acontece hoje na sede campestre em São José dos Pinhais. A justificativa apresentada é que os patrões não sabiam que ali ocorreria também a assembleia da categoria. Teixeira ressaltou que a assembleia está marcada para 10h e a festa começa às 11h e classificou o ato de “retaliação”.