Paralisação de docentes estaduais

Cansados de esperar por uma negociação efetiva com o governo do Estado, os professores das universidades estaduais fizeram ontem um dia de paralisação. O principal motivo do movimento são as perdas salariais que, segundo os docentes, variam de 30% a 56%, dependendo da categoria em que está o professor. Em alguns locais, como em Maringá, além da paralisação, estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) realizaram um ato público em apoio aos professores. Caso não haja retorno do governo, os docentes prometem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 1.º de agosto.

Os professores explicam que o governo acenou com uma proposta de reajuste salarial de 6,57% em maio deste ano, o que não agradou a categoria. ?E o pior é que o reajuste foi anunciado, mas não foi pago ainda, pois o governo diz que só vai pagar quando o orçamento permitir?, reclamou o presidente do Sindicato dos Docentes da Unioeste, Luiz Fernando Reis.

Segundo ele, até agora o governo só ?conversou? com os professores, enquanto deveria propor reajustes decentes. ?Os professores das universidades federais recebem 30% a mais do que os das estaduais?, indignou-se.

A presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Estadual de Londrina e Região (Sindiprol), Inez Almeida, afirmou que o cansaço dos professores em negociar culminou na paralisação de ontem. ?Sentamos para negociar com todo mundo, mas não conseguimos nada. No dia 11 a secretária (secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto) nos chamou para conversar e nós pedimos para ela colocar no papel a sua proposta, mas o que foi colocado foi a manutenção do diálogo. Mas isso não resolve nosso problema. A questão salarial está interferindo na qualidade da universidade pública?, reclamou Inez. Nos últimos três anos, mais de 300 professores deixaram a UEL.

Os representantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da UEM compartilham da opinião de Luiz e Inez. ?A paralisação é para forçar o governo a fazer uma negociação?, disse o presidente do Sindicato dos Professores da UEPG, Sérgio Gardini. A Unicentro (em Guarapuava) também aderiu à paralisação de ontem.

A reportagem de O Estado procurou a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), mas até o fechamento da edição não obteve retorno sobre o assunto.

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