Paraguai critica Receita Federal brasileira

O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, afirmou ontem que a Receita Federal brasileira não pode "colocar na mesma bolsa" contrabandistas e motoristas que transportam seus passageiros com as mercadorias de Ciudad del Este a Foz do Iguaçu. A afirmação foi feita durante reunião com o governador do estado de Alto Paraná, Gustavo Antonio Cardozo, e o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarías Irún, em Assunção. Na fronteira, o dia foi tranqüilo, com trânsito livre para pedestres e veículos.

A polícia paraguaia deixou caminhão antimotim perto da aduana para intimidar novo bloqueio. Os sacoleiros fizeram suas compras normalmente, enquanto os brasileiros puderam trabalhar nas lojas do centro comercial sem problemas. A Receita Federal não chegou a apreender mais veículos na região aduaneira, como ocorreu no começo da manhã de quinta-feira, o que acabou provocando o fechamento da via.

Reuniões

Na quinta-feira, Cardozo e Irún emitiram um comunicado conjunto direcionado ao presidente exigindo uma atitude "patriótica e firme" em defesa dos paraguaios. O presidente paraguaio disse que vai cobrar do governo brasileiro o cumprimento da Agenda 19 – pacto firmado entre os dois países em abril do ano passado – e os entendimentos firmados numa reunião realizada na última terça-feira, que amenizou a tensão na fronteira entre os dois países. Duarte pediu que o grupo de estudo bilateral se reúna na próxima terça, para discutir o problema e incluir a possibilidade de aumentar a quota de importação dos atuais US$ 300 para US$ 2,5 mil.

Do lado brasileiro, o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald, o presidente da Itaipu, Jorge Samek, e o deputado federal Dilto Vitorassi se encontraram para discutir o assunto. "É lógico que o prefeito tem interferência, mas a solução está em Brasília. E estamos acionando o governo federal permanentemente", disse o prefeito. "Os mesmos canais que  nós usamos para conseguirmos a cota de US$ 300 estamos usando para aliviar a tensão", completou.

"Precisamos encontrar o equilíbrio: que a Receita possa fazer a fiscalização que está prevista na lei e coibir os excessos, ao mesmo tempo em que possam ser encontradas alternativas para geração de empregos.?

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