Parada da Diversidade na capital dá força aos militares presos

Ontem foi o dia em que gays, lésbicas, travestis, transexuais e simpatizantes levaram às ruas o desejo da igualdade.

Durante toda a tarde, o centro da cidade foi palco da Parada da Diversidade 2008, mais conhecida como Parada Gay, que saiu das proximidades do Largo da Ordem e foi até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico.

Neste ano, a Parada da Diversidade teve como tema ?Viva, ame, seja – homofobia não combina com democracia?, lembrando os episódios em que dois militares do Exército admitiram o homossexualismo e foram presos e também o projeto que tramita no Congresso Nacional. O documento tem a intenção de criminalizar a homofobia, termo usado para identificar o ódio, a aversão ou a discriminação contra o homossexualismo.

A festa seguiu até por volta das 22h com shows e manifestações diversas da comunidade gay. De acordo com a organização da Parada, no ano passado o evento reuniu cerca de 120 mil pessoas (a PM informava que eram aproximadamente 20 mil).

Já para este ano, os organizadores esperavam público de 200 mil pessoas, mas segundo estimativa da polícia, havia no máximo 10 mil pessoas nas ruas por volta das 16h30 de ontem. O movimento é realizado em todo o mundo em datas diferentes, sendo que ontem aconteceu também em Rio Branco (Acre), Fortaleza (Ceará) e em Brasília.

Aceitação

Pesquisa do DataSenado neste mês indica que 70% dos brasileiros concordam em penalizar quem pratica homofobia. Na região Sul, o índice de aprovação chegou a 89%. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais, Toni Reis, este dado confirma as mudanças de atitude da sociedade com relação ao homossexualismo e a necessidade de se criar mecanismos de penalizar quem ainda discrimina. ?Outras pesquisas revelam que 70% da comunidade gay já foi discriminada alguma vez. Então, precisamos de lei que proteja nossos direitos?, afirmou.

Preconceito ainda existe

Para a comunidade gay, a Parada da Diversidade é muito mais que uma simples passeata. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais, Toni Reis, o evento não é apenas festa, mas um momento importante de mostrar as demandas desta comunidade ao restante da população. Para Reis, as pessoas estão aceitando e respeitando cada vez mais o direito de escolha sexual de cada um, embora ainda haja preconceito.

?A estatística que apontou que 70% da população concorda com a penalização da homofobia até causou surpresa. Não imaginávamos que o índice fosse tão alto. Mas, há muito o que se fazer ainda?, comentou.

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