A Ordem dos Advogado do Brasil (OAB) está preocupada com a qualidade dos novos advogados. Em fevereiro, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu temporariamente a homologação de novos cursos de Direito no País. “O que está acontecendo é um estelionato com o aluno. Ele recebe apenas um papel, mas não o ensino necessário. 80% deles não passam no exame de ordem, onde é cobrado o mínimo necessário para exercer a profissão”, revelou o presidente nacional da OAB, Roberto Busato.
Busato disse que irá se reunir com o ministro da Educação, Tarso Genro, para debater a participação da ordem na liberação de novos cursos. “Hoje a participação da OAB no Conselho Federal de Educação é apenas vinculante, não opinativa. Em três anos, dos 222 cursos que a OAB foi consultada ela aprovou apenas 19. Entretanto, o conselho aprovou os outros 203”, revelou.
Busato afirmou que após os 90 dias de suspensão das novas homologações, os cursos de Direito precisam passar por um completo diagnóstico. Ele lembrou que as faculdades de Direito vêm proliferando mais nas regiões Sul e Sudeste, onde o poder aquisitivo das pessoas é maior. No Paraná são mais de 50 faculdades.
Ele adiantou que a Ordem também vai levantar a situação das pós-graduações em Direito. “Existem verdadeiras arapucas que não dão qualificação nenhum ao profissional, apenas a titulação que é usada justamente para abrir novas faculdades”, afirmou, destacando que existem também professores que estão alugando seus nomes a essas faculdades. “Tem gente que consta do corpo docente de faculdades no Rio Grande do Sul e no Amazonas ao mesmo tempo”, disse.
