Lama, lágrimas e muita festa. Como sempre, essas foram as marcas da comemoração dos 4.160 calouros da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O resultado foi divulgado ontem à tarde no Centro Politécnico, em Curitiba.
O concorrido vestibular reuniu 46.531 candidatos que tentaram entrar em um dos 50 cursos oferecidos pela universidade. O primeiro lugar geral foi conquistado pelo curitibano Eduar Guérios Neto, calouro de Medicina. Ele alcançou a média de 9.1 nas provas. Muitos pais de candidatos estiveram no Politécnico para acompanhar a divulgação do resultado junto dos filhos. Depois da constatação da vitória, a lama também foi o auge da comemoração daqueles que vivenciaram toda a trajetória até a conquista da vaga. Carmem Klingelfus, mãe de Rafael, calouro de Engenharia Química, acredita que a sujeira faz parte da festa. “Vale a pena porque é um orgulho muito grande, ainda mais no primeiro vestibular dele, com apenas 17 anos”, comenta.
Dúvida cruel
A primeira colocada no vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Juliana Hey Coradim, também conquistou a vaga na Federal. Ela passou no curso de Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia. No dia do resultado da PUC, Juliana declarou que, se passasse na UFPR, não cursaria a universidade particular, onde ganhou uma bolsa de estudos integral. “Eu ainda não sei o que fazer. Talvez, faça os dois”, conta Juliana, que entrou em Engenharia de Alimentos na PUC.
Opinião do Reitor
O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, anunciou ontem as mudanças para o vestibular 2005. O novo concurso será realizado em duas fases. Na primeira, o candidato responderá questões sobre todas as disciplinas. Somente os melhores concorrentes passarão para a segunda etapa. O número de pessoas classificadas será definido conforme a relação candidato/vaga dos cursos.
“Os candidatos vão precisar estar mais bem preparados do que em outros anos”, prevê o reitor. “Será um curriculum muito mais extenso.” Moreira acredita que a nova fórmula vai proporcionar mais chances aos candidatos. “O vestibular será mais democrático”, comenta. “Aqueles que não têm condições de fazer um cursinho também serão beneficiados”, afirma o reitor.
Perfil
A UFPR realizou uma pesquisa profunda com os candidatos do vestibular, a fim de traçar um perfil daqueles que estão entrando na instituição. Os dados vão definir várias ações da universidade, como a cota para os estudantes provenientes de escolas públicas, por exemplo. Um número específico chamou atenção do reitor: 14% dos calouros vão precisar trabalhar em período integral ao longo do curso.