O papa Bento XVI nomeou nesta quarta-feira bispo auxiliar de Curitiba o padre José Mário Angonese, de 52 anos, pároco da igreja da Ressurreição e reitor do Seminário Maior São João Maria Vianney, na arquidiocese gaúcha de Santa Maria – a cidade da boate Kiss, onde um incêndio matou 239 jovens, em 27 de janeiro.
Nascido em Unistalda, na diocese de Uruguaiana (RS), ele foi ordenado sacerdote em dezembro de 1989, depois de ter feito os cursos de Filosofia e Teologia em Viamão. Posteriormente, especializou-se em Psicopedagogia, na Faculdade de Filosofia de Canoas. O novo bispo sempre trabalhou na formação de seminaristas e na direção de paróquias.
Essa é provavelmente a última nomeação de bispos feita pelo demissionário Bento XVI, que deixará de ser papa no próximo dia 28. Na véspera, quarta-feira, dia da semana em que tradicionalmente são anunciadas as nomeações de bispos para o Brasil, o pontífice se despedirá dos fiéis em sua última aparição pública. Em quase oito anos de pontificado, desde quando foi eleito em abril de 2005, Bento XVI nomeou mais de 120 bispos brasileiros, além de ter elevado 24 ao cargo de arcebispo.
O candidato ao episcopado é escolhido pelo papa numa lista tríplice apresentada ao Vaticano pelo núncio apostólico, representante da Santa Sé no País. A nomeação do padre Angonese foi anunciada nesta quarta, apesar de Bento XVI estar recolhido em retiro espiritual com cardeais da Cúria Romana.
Cardeal
“A fé como adesão consciente, livre e apaixonada e o encontro do homem com o limite” foi o tema que o pregador do retiro ou exercícios espirituais, cardeal Gianfranco Rivasi, propôs nesta quarta à meditação do papa. Embora tenha sido escolhido para pregar o retiro antes de Bento XVI haver anunciado a renúncia, no dia 11, Rivasi está sendo ouvido com especial atenção, pois seu nome começa a circular entre os papabili ou prováveis candidatos à sucessão do papa.
Natural de Merate, província italiana de Lecco e arquidiocese de Milão, Rivasi, de 70 anos, é presidente do Pontifício Conselho da Cultura e da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra. É autor de cerca de 150 livros, a maioria sobre argumentos bíblicos e científicos. Poderá pesar contra ele, no Conclave, a falta de experiência pastoral, embora tenha facilidade de comunicação, pois nunca dirigiu uma diocese.
Foi nomeado arcebispo titular de Villamagna di Pronconsulare e presidente do dicastério da Cultura e das Comissões para os Bens Culturais da Igreja e de Arqueologia Sacra, em setembro de 2007, e elevado a cardeal em novembro de 2010.