Um palco montado em uma das pistas da Avenida Sete de Setembro, em Curitiba, causou ontem lentidão no trânsito da região e preocupação no comércio da via. A estrutura foi erguida para sediar um evento da Igreja Universal do Reino de Deus, em frente à chamada Catedral da Fé.
A idéia dos pastores era fazer uma prece às vítimas da tragédia em Santa Catarina. Um culto tinha sido programado para começar às 20h. Ainda ontem, no início da tarde, um pastor anunciou que a igreja tinha desistido do evento e que retiraria o palco. No entanto, até o final do dia, a estrutura continuava montada no local.
Durante todo o dia, a pista sentido rodoferroviária da avenida ficou bloqueada em duas quadras, entre as ruas 24 de Maio e Desembargador Westphalen. Ao se depararem com o bloqueio, os motoristas que vinham da direção do Batel eram orientados, por agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran), a virar à direita na Rua 24 de Maio. Apenas alguns carros tinham a passagem permitida.
Ônibus como o Circular Centro, que tem uma parada no trecho, desviavam pela canaleta central, o que deixou alguns usuários confusos. Um ponto acabou sendo improvisado na calçada entre a pista e a canaleta.
Em poucos minutos no local, a reportagem de O Estado flagrou alguns veículos particulares continuando o percurso pelas canaletas, ignorando os apitos do agente de trânsito.
Movimento ruim
Os comerciantes que possuem lojas na pista bloqueada ontem ficaram muito apreensivos. Alguns questionaram a prefeitura, que teria avisado sobre o bloqueio da avenida apenas na noite de quinta-feira.
O funcionário de uma loja de instrumentos musicais, que não quis se identificar, disse que o movimento de clientes diminuiu. “Atrapalha, mas fazer o quê?”, lamentou. Até o fechamento desta edição, a prefeitura não tinha se manifestado sobre o assunto.
O pastor da igreja, Fabiano Pereira, pediu desculpas aos comerciantes que se sentiram prejudicados pelos transtornos. Segundo ele, o evento seria realizado fora do templo apenas para chamar a atenção de mais pessoas para a causa. Ele ressaltou que a intenção era apenas ajudar. As pessoas poderiam levar ao local um quilo de alimento, para ser doado às vítimas catarinenses.
