Pais e mães de crianças do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Monteiro Lobato, no Tatuquara, estão indignados com o tratamento recebido pelos filhos na instituição. Eles reclamam da falta de educadores, que gera descuido com as crianças, e da má qualidade da alimentação. “As educadoras não têm culpa, a gente vê nelas a boa vontade; mas é muita criança para cuidarem. Muitas vezes as crianças caem, se machucam e elas não podem nem atender, porque teriam que largar as outras”, afirma Erika dos Santos, mãe de um menino que estuda no CMEI. “Fico o dia inteiro preocupada, e é uma confusão quando chego para buscar, trazem as coisas da nenê trocadas”, desabafa Jéssica Regina Ramos.

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Os pais reclamam ainda que, por atender número muito grande de alunos, as educadoras não conseguem cuidar de cada caso específico. Por isso, crianças com necessidades especiais e doenças respiratórias como asma, entre outras situações, não recebem a devida atenção. Relatam até o caso de uma criança com intolerância à lactose que teve a mamadeira trocada.

“Não nos mandam nem recado para avisar se nossos filhos comeram ou não. Tem dia que meu filho chega em casa morrendo de fome”, conta Marcio Jose Ribas. “Esses dias meu filho ficou cinco horas tomando soro por intoxicação alimentar e o único lugar onde ele come coisas diferentes é no CMEI”, diz Erika. “Eles dão carne crua, fruta estragada, até feijão com larva já deram”.

Reclamações

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A educadora Amanda Rodrigues se queixa de não ter tempo de planejar as atividades dos alunos. “Eles dizem que tem que ter 33% de hora permanência, mas a gente mal faz 10% porque não tem pessoal”. Amanda está frustrada com a situação do CMEI. “Não tem valorização, não tem respeito. A gente quer fazer um bom trabalho, mas não consegue. Chega no final do ano e estamos esgotados”, lamenta.

Secretaria dá explicação

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De acordo com a Secretaria Municipal de Educação não há falta de educadores na unidade Monteiro Lobato. O CMEI tem 212 crianças e 24 profissionais lotados na unidade – atualmente uma educadora em licença prêmio e outra em licença de saúde. Segundo o órgão, o que ainda não está adequado é a hora permanência dos educadores, que deveria ser de oito horas e atualmente apenas sete estariam sendo cumpridas.

Sobre as refeições, a secretaria informa que a alimentação servida na unidade é preparada por empresa terceirizada a partir de rígido controle de qualidade. A administração municipal diz que o aspecto diferenciado do feijão foi percebido em julho e, por isso, não foi servido às crianças e enviado para o Tecpar (Centro de Ensaios Tecnológicos, Laboratório de Microbiologia e Toxicologia do Paraná) para análise. O parecer constatou feijões germinados, o que não representaria risco para as crianças, segundo a pasta.