Pais de alunos de escolas particulares temem drogas

As drogas aparecem em primeiro lugar na lista de problemas que fariam os pais tirar os filhos de determinada escola. A pesquisa foi feita pelo Sistema Anglo de Ensino e divulgada na semana passada. Mas o vice-diretor do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), Jacir Venturi, chama a atenção para as drogas lícitas, que também são prejudiciais aos jovens e muitas vezes são deixadas de lado por pais que não dão o exemplo e até por escolas.

A pesquisa foi feita com 16 mil pais das classes A e B. Em segundo lugar ficou o aumento da mensalidade com 44% e em terceiro, com 35%, pouco rigor na disciplina. Venturi explica que os números refletem a preocupação dos pais em relação ao assunto e, segundo ele, tanto pais como escolas têm se mostrado vigilantes. Mas a preocupação não é a mesma quando se fala em álcool e cigarro. “Existe um pouco de permissividade com relação a esse assunto”, fala Venturi. Ele comenta que a falta de atenção dos pais e de educadores, aliada ao bombardeio da mídia que glamouriza a bebida, o jovem tem começado a beber mais cedo. “O governo deveria proibir a propaganda como fez com o cigarro. Isso influencia o jovem”, afirma.

Para ele, os pais deveriam dar o exemplo em casa e os professores desenvolver atividades onde o aluno possa perceber os problemas causados pelas drogas lícitas. Desde acidentes de trânsito, brigas, assassinatos, quedas, a dependência química e doenças. “Se a escola não desenvolve o trabalho, os pais podem cobrar dela”, fala Venturi.

A assessora pedagógica do Departamento de Atividades Complementares da Secretaria Estadual de Educação (Seed), Beatriz Ligmanovski, concorda com a atenção que precisa ser dada às drogas lícitas. Segundo ela, em encontros sobre o assunto tem se discutido que ninguém começa se drogando com crack, mas a situação vai evoluindo.

A Seed está para concluir um estudo sobre como o trabalho sobre drogas tem sido desenvolvido no Estado, que será apresentado em outubro. “O professor precisa ter subsídios e criar vínculo com os alunos para trabalhar a questão”, fala Beatriz. Até a legislação obriga a discussão do assunto, ele é dos temas transversais que precisam ser abordados nas diferentes disciplinas, conforme a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo