Nada de dinheiro

Pagamento exclusivo com cartão transporte gera polêmica

A informação divulgada na quinta-feira (10) pela Urbanização Curitiba S/A (Urbs) de que os micro-ônibus que operam na capital só aceitaram o pagamento da tarifa via cartão transporte gerou polêmica. As 62 linhas em que operam ônibus sem cobradores não aceitarão mais dinheiro como forma de pagamento.

Para facilitar o pagamento, a Urbs anunciou que os usuários poderão optar pelo cartão avulso, que será disponibilizado em bancas de jornais e revistas. Inicialmente 23 pontos serão disponibilizados. A aquisição do cartão avulso custará R$ 3,00, para então o usuário carregar até o limite de 25 créditos.

A partir da semana que vem, as mudanças entrarão em fase de testes e passarão a valer a partir de 1º de agosto. Porém, já está causando polêmica mesmo antes de entrar em vigor.

“Se a pessoa não tiver o cartão não vai entrar no ônibus? Isso é impedir, cercear o direito de ir e vir das pessoas. Uma pessoa que não conhece a cidade e quer andar de ônibus vai fazer o quê? Eles estão encarecendo o sistema e burocratizando ao invés de fazer o caminho inverso. Tudo isso para corrigir o erro que foi tirar os cobradores de algumas linhas”, reclama Valdir Mestriner, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano).

O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, assegura que a medida não é para dar fim ao problema de dupla jornada dos motoristas que atuam também como cobradores. “O estudo para implantação das mudanças começou no ano passado. Estamos iniciando um processo de mudança com benefícios para o usuário”, explica Gregório.

Apoio total

A discussão sobre o uso do bilhete único em Curitiba, noticiada em reportagem de quinta-feira do Paraná Online, já levantou o interesse de entidades, como o Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano), que defende a implantação do sistema na cidade. “Tanto temos interesse que já acompanhamos a implantação do sistema em outras cidades. E nem mesmo os governos desta cidade tinham ideia de quanto ganho ia trazer o sistema. Ele cria uma série de facilidades, estimula o uso do transporte público”, explica o presidente do Sindiurbano, Valdir Mestriner.

De acordo com o presidente, apesar de o transporte público de Curitiba ter suas vantagens, ainda há muito a corrigir e investir e cita como exemplo o caso de moradores do bairro Água Verde. “A pessoa precisa andar mais de mil metros para chegar à canaleta se quiser ir para o terminal o Portão, porque os ônibus que passam por ali vão para outras direções”, exemplifica Valdir, que defende que, com o bilhete único há possibilidade de fazer outras integrações que não apenas as já programadas.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), através de nota diz também ser favorável ao projeto e afirma que pode disponibilizar a equipe técnica para ajudar nos estudos da implantação do sistema. “O Setransp vai acompanhar a tramitação do projeto na Câmara Municipal de Curitiba e se coloca à disposição, por meio de seu conhecimento e de sua assessoria técnica, para transformar essa bandeira em realidade”, afirma a nota.

Segundo o presidente da Urbanização Curitiba S/A (Urbs), Roberto Gregório da Silva Junior, a entidade não é contrária a implantação, mas afirma que é necessário ter um estudo aprofundado antes de qualquer medida. “O sistema de Curitiba, hoje expandido, partiu de algumas premissas e uma delas é a integração dos terminais e é preciso um conjunto de estudos, análises e simul,ações, para que não inviabilize este sistema”, afirma Gregório.

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