O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social e presidente da Comissão Especial de Mediação da Terra, padre Roque Zimmermann, foi alvo de fortes críticas na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. Um requerimento ao governador Roberto Requião (PMDB) pedindo o afastamento do secretário foi votado, mas não passou, tendo a aprovação de apenas seis deputados. O chamado bloco independente da Assembléia composto por doze deputados, foi o autor do requerimento. A alegação era de que Roque estaria sendo muito conivente com as ocupações de terra no Estado.

O deputado Barbosa Neto (PDT) discursou criticando duramente a participação de Roque na mediação da questão agrária. Neto chegou a “pedir a cabeça” de secretário. A acusações seriam relativas à suposta participação de Roque na ocupação da fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Ponta Grossa, na última semana.

No sábado, as 40 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupavam há duas semana a Fazenda Vale do Sol, em Ortigueira, desocuparam a área, mas invadiram a Fazenda Santa Maria, na localidade de Rio Bonito, também em Ortigueira. Eles obrigaram os motoristas dos caminhões da prefeitura municipal que os levavam a ir para a nova área a ser ocupada. Segundo a coordenação estadual do MST em Curitiba, Roque sabia da nova ocupação. Essa ocupação quebrou o acordo firmado há duas semanas entre o MST e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). A Sesp informou por meio de sua assessoria que por enquanto não se pronunciaria sobre o assunto.

Defesa

O secretário negou qualquer participação em ocupações. “As pessoas inventam as coisas e depois tenho que ficar me explicando. Na Embrapa fiz uma visita ao local depois da ocupação. Já quanto a essa invasão nova tudo que sei é pela imprensa. Estava bem longe no fim de semana, nem passei por Ortigueira”, disse Zimmermann.

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