O padre Reginaldo Manzotti, que há pouco mais de uma semana assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em frente ao terminal de mesmo nome, em Curitiba, está preocupado com a segurança dos fiéis. Desde então, eles estão lotando a igreja, mas se mostram apreensivos em passar pelo local para ir e voltar das missas e novenas promovidas pelo pároco.
?Aqui pretendia-se tornar um centro de evangelização, mas tem o problema dos assaltos e da prostituição?, conta o padre, que diz ouvir freqüentemente relatos de pessoas que são assaltadas após a missa. ?Peço ajuda das autoridades para resolver esses problemas?, apela.
A igreja do Guadalupe estava praticamente fechada até Reginaldo Manzotti retomar as missas diárias. ?Abria-se para uma missa ou outra?, recorda. Agora, são cerca de 600 pessoas todos os dias nas missas da hora do almoço (ao meio-dia) e milhares aos fins de semana. ?Neste último passaram 4 mil pessoas por aqui?, relata. Ele só desanima mesmo ao lembrar da apreensão dos fiéis ao irem à igreja: ?Me perguntam se não tem problema em virem. São senhoras e senhores, pessoas sofridas que se sujeitam a ter a carteira roubada?.
De acordo com o padre, relatos de assaltos são comuns. ?Na última sexta-feira veio um ônibus de Apucarana para cá. Uma das senhoras teve a bolsa levada pelo assaltante?, lembra. Além disso, conforme Manzotti, nem mesmo nas portas da igreja há segurança. ?Ontem – domingo -, em plenas 11h da manhã, enquanto o pessoal saía da missa, tinha um homem armado intimidando as pessoas?, revela, apavorado com a falta de segurança no local.
Reivindicações
Assim como os comerciantes e usuários do transporte coletivo do terminal do Guadalupe, o padre pede dois reforços: policiamento e iluminação. ?Se querem acreditar que aqui é uma UTI espiritual, têm que arrumar o local?, reivindica.
E não apenas ele, mas também fiéis pedem o mesmo. ?Falta policiamento. Comigo nunca aconteceu, mas os assaltos são a grande preocupação de todo mundo que vem à missa aqui?, acredita a dona de casa Osnilda de Jesus Haas. Mesmo sem se deixar intimidar pelo perigo, a aposentada Pedrina Pereira também acha que a segurança no Guadalupe deixa a desejar. ?Quem está com Deus não tem medo de nada, mas aqui realmente falta mais policiais, por ser centro da cidade?, acrescenta.
Os comerciantes notaram o aumento no movimento do terminal depois que as missas com o padre Reginaldo começaram e, justamente por isso, aproveitam a deixa para pedir mais uma vez pela segurança e revitalização do local, que ao anoitecer vira ponto de mendigos e prostitutas. ?Têm muitos bêbados também?, cita ainda o comerciante Alexandre Chin. ?É bom o aumento do movimento, mas com isso é preciso reforçar o efetivo de ônibus?, pede também a balconista Tatiana Ribeiro.
De acordo com a Prefeitura, o Ippuc deve elaborar em breve um projeto de revitalização para o terminal Guadalupe, que promete ser colocado em prática até a metade do ano.
