O verão passou, as chuvas típicas da estação cessaram, mas as altas temperaturas permanecem em Curitiba e Região Metropolitana neste início de outono, num quadro que já vem preocupando os responsáveis pelo abastecimento de água na Grande Curitiba.
Apesar de as represas ainda apresentarem um bom volume de armazenamento, se o quadro de ausência de chuvas permanecer por mais algumas semanas, o abastecimento pode ser prejudicado nos meses de inverno, quando, historicamente, chove muito pouco na região.
O volume nas três principais represas da região está, em média, com 83,7% da capacidade total de armazenamento, dois pontos percentuais a menos que o medido em 19 de março.
A represa do Passaúna ainda não sofreu com as conseqüências da falta de chuva e do calor, seguindo próxima de sua capacidade máxima. Já na do Irai o nível da água está 65 centímetros abaixo do normal, e, em Piraquara, o desnível é de 1,62 metro.
?Mas, em volume de água, os centímetros do Irai representam muito mais que os de Piraquara?, lembrou o gerente de produção da Sanepar para Curitiba e Região Metropolitana, Paulo Raffo, explicando que os 0,62 metro do Irai correspondem a 10 mil metros cúbicos a menos de água, enquanto com 1,6 metro em Piraquara se perde 4,5 mil metros cúbicos.
?O rio está baixo. Tivemos de abrir a barragem do Irai, mas essa é a função da barragem. Temos água para bastante tempo. Só teremos problemas se esse quadro se alongar demais?, disse o gerente, revelando que a Sanepar planejava encerrar o mês de março com 90% da capacidade armazenada.
?Mas a ausência de chuvas e as temperaturas acima do normal não permitiram. Contudo, se a média histórica de chuvas do outono for mantida este ano, não há motivos para preocupação?, assegurou.
No entanto, Raffo salienta que o alerta é para que a população economize água. ?Estamos vindo de um período de estiagem bastante longo e enfrentando condições climáticas anormais. Não se pode gastar água à vontade, as fontes são escassas e não sabemos como será nosso inverno?, ressaltou, lembrando do grave problema de seca que a região enfrentou no final do ano passado, quando a companhia de abastecimento teve, inclusive, que fazer um rodízio de fornecimento de água em Curitiba.