Orçamento de 2005 prevê R$ 4 bilhões para transportes

Existe uma grande diferença entre os valores existentes no orçamento da União destinados a obras de infra-estrutura e o que empresários e parlamentares da região Sul apontam como suficiente para solucionar os problemas da região. Ontem, numa reunião do Fórum Industrial-Parlamentar Sul, que aconteceu em Curitiba, ficou estabelecido que seriam necessários R$ 7,3 bilhões em infra-estrutura de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos no Sul do Brasil. Em contrapartida, segundo o presidente da comissão de orçamento da Câmara Federal, deputado Paulo Bernardo (PT-PR), todo o orçamento para infra-estrutura de transportes do Brasil em 2005 deve ficar próximo dos R$ 4 bilhões.

Segundo Bernardo, até o final do mês, deve ser liberada uma verba suplementar de R$ 600 milhões para infra-estrutura de todo Brasil. Até o momento, já foram disponibilizados R$ 2,2 bilhões em 2004. A briga das bancadas dos estados deve ser grande para conseguir liberar mais recursos. Bernardo destacou que a prioridade do governo federal são obras rodoviárias. Ele citou como exemplo de obras que precisam ser feitas a duplicação da BR-101, que liga Palhoça-SC ao Rio Grande do Sul. “A obra do contorno ferroviário de Curitiba estava quase com o recurso garantido para este ano, mas por problemas com os órgãos ambientais, foi adiado”, disse, destacando que no máximo até setembro o Congresso deve aprovar o projeto que cria a Parceria Público Privada (PPP).

Participação

Os empresários do Sul querem maior participação nas verbas do orçamento embasados no saldo da balança comercial produzido por eles. Entre 1992 e 2002 a região Nordeste recebeu R$ 3,5 bilhões em investimentos e foi a apenas a quinta região do Brasil a gerar recursos. Já o Sul, primeiro na geração de recursos, recebeu apenas R$ 1,1 bilhão em investimentos, sendo a região que menos foi beneficiada. “Somos responsáveis por 30% da exportação brasileira. Damos uma contribuição extraordinária e a contrapartida é muito aquém”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Francisco Renan Proença. Ele cobrou a utilização correta da Contribuição por Intervenção do Domínio Econômico (Cide). O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), José Fernando Xavier Faraco, disse que o País está a ponto de ter uma apagão logístico. Faraco lembrou que também é importante investir o quanto antes na produção de energia.

Paraná

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, salientou que a prioridade de investimento no Paraná é o Porto de Paranaguá. Somente para o porto seriam necessários R$ 600 milhões. O investimento necessário no Paraná hoje seria R$ 2,5 bilhões. Desses, R$ 1,1 bilhão iria para as ferrovias. “O aeroporto Afonso Pena também precisa, com urgência, receber uma terceira pista. Cerca de 80% da exportação da indústria leve está sendo feita pelo aeroporto de Campinas”, disse. O superintendente interino do Afonso Pena, Antônio Filipe Barcellos, destacou que há a necessidade da construção de uma pista de 3,2 quilômetros. A atual tem apenas 2,22 quilômetros e impede que aviões cargueiros de grande porte venham cheios. “Hoje eles usam apenas 50% de sua capacidade de carga, pois a pista é muito curta”, salientou.

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