Aproximadamente 50 muçulmanos reuniram-se ontem, na Mesquita Imam Ali Ibn Abi Taleb, em Curitiba, para orar pelos conterrâneos do Egito. A população daquele país, localizado no Oriente Médio, está há pelo menos doze dias protestando contra o governo de Hosni Mubarak, que está desde 1981 no poder.
O movimento realizado ontem em Curitiba acompanhou a oração feita por milhares de egípcios na Praça Tahrir, no centro do Cairo (capital do Egito), pedindo a saída imediata de Mubarak.
“Em 1983 deixei o Egito na tentativa de conseguir uma vida decente em outro lugar. Não havia esperança quando estava lá. No Brasil tenho meu próprio negócio a minha vida e, o mais importante: liberdade”, disse Bassam Mohamed, que organizou o movimento. “Durante 30 anos Mubarak não fez nada. A mudança não vai acontecer em sete meses”. Esse é o tempo até o fim do mandato de Mubarak, que prometeu à população não tentar reeleição.
Entre os problemas gerados no Egito em virtude do governo de Mubarak, Mohamed levanta a inflação como o maior deles. “Chegamos a ter quase mil por cento de inflação. Um bem que custava cinco centavos passou a custar 500 centavos”, explica. “É preciso tomar o Brasil como exemplo. O que o presidente Lula fez aqui deveria ser feito lá também”.