Jovens do Haiti e de diversos países africanos, como Congo, Quênia e Costa do Marfim, estão aprendendo Português no Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
Eles fazem parte de um programa humanitário desenvolvido pelo governo federal – Programa Estudante Convênio de Graduação (PECG), voltado a alunos de países em dificuldade, que vieram para o Brasil para realizar cursos superiores de Medicina, Odontologia, Engenharia, Administração, entre outras áreas.
?Antes de iniciarem os cursos superiores, os estudantes precisam aprender o português. Eles fazem isso diariamente no Celin e depois passam por uma prova, a Celpe-bras, para receber a certificação na língua. Atualmente, temos uma aluna do Haiti e treze de países africanos?, informa a professora do Celin, Rosemara Stefani.
Apesar das dificuldades, os estudantes possuem poucas barreiras culturais em relação ao Brasil. Segundo Rosemara, isso também facilita o aprendizado. ?Todos provêm de países que enfrentam dificuldades parecidas. São muito semelhantes conosco na alegria e na forma de se expressar?.
Muitos dos estudantes oriundos dos países africanos contam, em Curitiba, com o apoio da organização não governamental Afro-Globo Fórum Cultural. Segundo o presidente da entidade, Abidemi Adebayo Majaro, os jovens participam de atividades culturais e recebem auxílio relativo à língua, documentação e mesmo moradia.
Haiti
A estudante proveniente do Haiti é Danise Civil, de 22 anos. Ela chegou há dois meses no Brasil, vive na casa de uma família que possui a mesma religião que ela (adventista), e já consegue entender e falar bastante bem o português. A jovem vai cursar Medicina em uma universidade federal localizada em Cuiabá (MT), durante cinco anos. Ela deixou pais e cinco irmãos em seu país de origem, que enfrenta uma série de conflitos. ?Tenho vontade de medicar e ajudar outras pessoas desde que sou criança. No Haiti, é muito difícil cursar uma universidade. É muito caro e existem poucas vagas?, diz Danise. A estudante revela que gostaria de viver no Brasil, mas tem o compromisso de, terminado o curso superior, voltar para o Haiti e ajudar sua família e seus conterrâneos.