Operários de hidrelétrica discutem futuro da greve

Cerca de mil trabalhadores que estavam participando da construção do complexo hidrelétrico de Santa Clara e Fundão, que abrange os municípios de Candói, Pinhão e Foz do Jordão, na região centro-oeste do Estado, decidem hoje em assembléia geral se continuam a paralisação iniciada na segunda-feira.

Eles reivindicam melhores condições de trabalho, aceitação da nova convenção coletiva, além do pagamento de horário de trabalho para o período em que os funcionários são transportados até as usinas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintrapav), em alguns casos a distância percorrida chega a 70 quilômetros.

Ontem o sindicato se reuniu na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), em Curitiba, para continuar as negociações com as empresas responsáveis pelas obras, a Triunfo Participações e Investimentos e a montadora argentina Impsa, representada no país pela Ecos. Após o encontro, as empresas concordaram em atender a quase todos os pedidos dos trabalhadores. Elas só não aceitaram o pagamento do horário de trabalho durante o transporte. “Vamos apresentar em assembléia o que foi decidido na reunião e ver o que será decidido. Se os trabalhadores optarem pela volta, continuaremos com as obras. Caso contrário, a greve continua”, diz Raimundo Ribeiro Filho, diretor do Sintrapav.

A concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção das duas hidrelétricas foi feita em 2001. Elas estão sendo administradas pelo consórcio Centrais Elétricas do Rio Jordão S.A. – Elejor. O consórcio é formado pela Copel Participações S/A (Copelpar), detentora de 40% das ações, pela Triunfo e pela Impsa, cada uma com 30%.

Impasse

Segundo o sindicato, o impasse tem que ser resolvido com a construtora e com a montadora. Aproximadamente 900 funcionários foram contratados pela TPI e o restante pela Ecos. Raimundo conta que um primeiro indicativo de greve foi realizado no dia 7, quando as empresas deixaram de fornecer vale-alimentação para os funcionários. A previsão da potência instalada do complexo hidrelétrico é de 238 megawatts. A conclusão das obras de Santa Clara está prevista para dezembro, enquanto a usina de Fundão demora no mínimo 27 meses.

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