Operário aguarda indenização

O vazamento de quase quatro milhões de óleo cru da refinaria da Petrobras, em Araucária, não trouxe apenas prejuízos ambientais. Para o ex-operador de máquinas Juracir Francisco da Silva, 33 anos, o serviço temporário representou o fim de uma vida sadia. Ele foi um dos quase 1.200 trabalhadores que atuaram na limpeza dos rios Barigüi e Iguaçu, e acusa tanto a Petrobras como a Arauserv Limpeza e Conservação – uma das contratadas pela estatal para fazer a limpeza dos rios – como responsáveis pela sua debilidade física. Nem a estatal nem a empresa privada reconhecem o problema de Juracir como acidente de trabalho, e o caso permanece na Justiça. No próximo dia 6 de maio, a audiência pública na Justiça de Trabalho de Araucária deve colocar fim no impasse.

“Eu ainda acredito na Justiça, por mais lenta que seja”, aponta Juracir. Para ele, a situação já estaria resolvida se tivesse condições financeiras. “Se eu fosse rico teria direito até de ir e vir, direito à Justiça. Nem isso tenho”, reclama. Sem poder trabalhar e com quase 60 quilos a mais do que o normal, Juracir está fadado a viver em cima de uma cama. Casado e pai de quatro crianças, ele sobrevive de doações. Sua única renda, conta, não dá nem para pagar os medicamentos. “Recebo R$ 200 do governo (referentes ao INSS, por invalidez) e nada mais.”

Em relação à doença, Juracir conta que sentiu fortes dores na cabeça e por todo o corpo enquanto trabalhou para a Arauserv na limpeza dos rios, de 17 a 25 de julho, nos pontos de Guajuvira a Balsa Nova. Em pouco mais de dois meses, revela, suas pernas começaram a perder movimento. “Trabalhei dentro do rio, com óleo até a cintura. Ninguém falou que o produto era tóxico, nem forneceram equipamentos de segurança”, denuncia. Os pareceres médicos tanto do Fundacentro quanto do Hospital de Clínicos, no entanto, não confirmam a relação da doença de Juracir com o contato do óleo cru. “Pode ser (uma doença) de origem infecciosa, talvez viral, adquirida na mata, por ocasião da limpeza”, diz um dos pareceres.

Petrobras

A diretoria da Petrobras/Repar, em nota à imprensa, contestou as acusações de Juracir da Silva. De acordo com a nota, “foram adotados todos os procedimentos para garantir segurança e integridade à saúde dos trabalhadores envolvidos na atividades”, entre os quais destacam-se as medições de hidrocarbonetos voláteis, nos locais de maior contaminação, e exames clínicos nos trabalhadores, por amostragem. Na Arauserv, ninguém falou a respeito. (Lyrian Saiki)

Serviço: Doações ao operário podem ser feitas mediante depósito na Caixa Econômica Federal, agência 1952, conta 52.316-0, operação 13.

O vazamento de quase quatro milhões de óleo cru da refinaria da Petrobras, em Araucária, não trouxe apenas prejuízos ambientais. Para o ex-operador de máquinas Juracir Francisco da Silva, 33 anos, o serviço temporário representou o fim de uma vida sadia. Ele foi um dos quase 1.200 trabalhadores que atuaram na limpeza dos rios Barigüi e Iguaçu, e acusa tanto a Petrobras como a Arauserv Limpeza e Conservação – uma das contratadas pela estatal para fazer a limpeza dos rios – como responsáveis pela sua debilidade física. Nem a estatal nem a empresa privada reconhecem o problema de Juracir como acidente de trabalho, e o caso permanece na Justiça. No próximo dia 6 de maio, a audiência pública na Justiça de Trabalho de Araucária deve colocar fim no impasse.

“Eu ainda acredito na Justiça, por mais lenta que seja”, aponta Juracir. Para ele, a situação já estaria resolvida se tivesse condições financeiras. “Se eu fosse rico teria direito até de ir e vir, direito à Justiça. Nem isso tenho”, reclama. Sem poder trabalhar e com quase 60 quilos a mais do que o normal, Juracir está fadado a viver em cima de uma cama. Casado e pai de quatro crianças, ele sobrevive de doações. Sua única renda, conta, não dá nem para pagar os medicamentos. “Recebo R$ 200 do governo (referentes ao INSS, por invalidez) e nada mais.”

Em relação à doença, Juracir conta que sentiu fortes dores na cabeça e por todo o corpo enquanto trabalhou para a Arauserv na limpeza dos rios, de 17 a 25 de julho, nos pontos de Guajuvira a Balsa Nova. Em pouco mais de dois meses, revela, suas pernas começaram a perder movimento. “Trabalhei dentro do rio, com óleo até a cintura. Ninguém falou que o produto era tóxico, nem forneceram equipamentos de segurança”, denuncia. Os pareceres médicos tanto do Fundacentro quanto do Hospital de Clínicos, no entanto, não confirmam a relação da doença de Juracir com o contato do óleo cru. “Pode ser (uma doença) de origem infecciosa, talvez viral, adquirida na mata, por ocasião da limpeza”, diz um dos pareceres.

Petrobras

A diretoria da Petrobras/Repar, em nota à imprensa, contestou as acusações de Juracir da Silva. De acordo com a nota, “foram adotados todos os procedimentos para garantir segurança e integridade à saúde dos trabalhadores envolvidos na atividades”, entre os quais destacam-se as medições de hidrocarbonetos voláteis, nos locais de maior contaminação, e exames clínicos nos trabalhadores, por amostragem. Na Arauserv, ninguém falou a respeito.

Serviço:

Doações ao operário podem ser feitas mediante depósito na Caixa Econômica Federal, agência 1952, conta 52.316-0, operação 13.

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