A Polícia Civil do Paraná está nas ruas desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (12) para cumprir doze mandados judiciais, sendo oito de busca e apreensão domiciliar e cinco de sequestro de bens. O motivo são as investigações de um esquema de corrupção que gerou um prejuízo superior a R$1 milhão ao Governo do Estado.

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A organização criminosa era comandada por uma servidora pública, de 55 anos, responsável pela Secretaria da Diretoria Clínica do Hospital Universitário de Londrina, que foi encontrada morta em 2017 quando as investigações vieram a público. .

A Polícia procura apreender os seguintes veículos: Hunday Santa Fé, Aircross 1.6 Shineiat, Fiat Strada Advent Flex, C4 Cactus 1.6 Thp Shine e Fiat Toro Volcano. Eles teriam sido comprados com dinheiro proveniente da corrupção.

As investigações tiveram início no mês de outubro de 2017, por meio de denúncias do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE). Entretanto, a servidora faleceu no mesmo mês, antes de prestar esclarecimentos sobre o esquema. A mulher era suspeita de fraudar processos de licitação para a contratação de serviços médicos por meio de empresas terceirizadas – gerando assim, pagamentos indevidos.

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Conforme apurado pela Polícia Civil, a servidora copiava o Registro Demonstrativo de Frequência de Trabalho de um médico contratado por uma empresa lícita e lançava junto no processo de pagamento de uma empresa que era de propriedade do companheiro de um de seus filhos, um homem de 26 anos, envolvido no esquema. Ou seja, o mesmo trabalho era lançado duas vezes, o verdadeiro e o fraudulento.

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De acordo com as diligências, o genro da mulher ainda lançava notas fiscais com valor superior aos serviços prestados por médicos legalmente contratados, para que a servidora pudesse justificar os gastos ao Estado.

No ano de 2018, a empresa de uma médica recém-formada, de 29 anos, também envolvida no esquema, que era responsável técnica na empresa do genro da servidora, ganhou um pregão licitatório para prestação de serviços médicos. Desta forma, as fraudes continuaram a acontecer da mesma maneira, porém os lançamentos irregulares passaram a ser realizados em nome das duas empresas – constituídas apenas para fraudar procedimentos licitatórios e roubar dinheiro do Estado.

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No decorrer das investigações foi descoberto ainda que há suspeitas do envolvimento de uma terceira empresa no esquema criminoso. Esta teria recebido um pagamento no valor de R$295 mil e repassado, a pedido da servidora, ao seu genro e à médica recém-formada. A empresa prestava serviços ao Hospital Universitário na contratação de médicos anestesistas e teria repassado esse valor para os envolvidos, alegando que eles haviam sido contratados por meio dela para trabalhar no hospital. Importante ressaltar que a médica não tinha especialização na área e o genro da servidora não tem formação em Medicina, pois na verdade, era estudante de Medicina Veterinária.

Os envolvidos

Além do genro da servidora, da médica recém-formada e do proprietário da terceira empresa envolvida com o esquema, a Polícia também investiga o filho da servidora, o irmão de seu genro, o marido da servidora e a ex-diretora clínica e superintendente do Hospital Universitário de Londrina, que atuava na época em que ocorreram a maior parte do desvio da verba pública. A Justiça concedeu a quebra de sigilo fiscal e bancário de todos os envolvidos para auxiliar na investigação.

Todos eles foram indiciados por peculato, falsificação de documento público, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de capitais.

A operação foi batizada como “Espelho Falso”, pois espelho é o nome popular que os servidores do Hospital Universitário de Londrina usam para denominar o Registro Demonstrativo de Frequência, que era copiado pela servidora para consumar o crime.

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