A operação comandada pelo delegado da Ordem Social, Fauze Salmen, para a apreensão de máquinas caça-níqueis, na manhã de ontem, foi frustrada. Dois comboios – um liderado por Salmen e outro pela delegada Vanessa Alice – com viaturas das polícias Civil e Militar e um caminhão percorreu várias ruas do centro e bairros de Curitiba, vistoriando bares e lanchonetes. Mas nenhum equipamento foi encontrado. O delegado atribuiu o fracasso da operação à divulgação feita na semana passada.
“Houve um erro de comunicação, pois a informação não poderia ter sido divulgada”, comentou Salmen. A operação foi acertada em uma reunião entre os órgãos de segurança do Estado, mas acabou sendo repassada como uma informação oficial por parte da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Através de uma parceria com o Serlopar e Secretaria da Segurança, foram disponibilizados três caminhões para o transporte das máquinas, além de funcionários para a remoção. Tudo o que for apreendido ficará à disposição da Justiça em um barracão de uma antiga fábrica de bicicletas, na região de São José dos Pinhais.
Decreto
Os trabalhos de apreensão das máquinas visam cumprir o Decreto 4.599/01, do governo estadual, que determina o fim da operação dos caça-níqueis no Paraná. A proibição leva em conta dois laudos, do Tecpar e do Instituto de Criminalística do Paraná, que comprovaram que os equipamentos podem ser facilmente adulterados, mesmo após periciados, e que os resultados dos jogos processados não dependem unicamente da sorte. “Além disso, o procedimento vicia e traz prejuízos para a sociedade”, completou o delegado.
O delegado Fauze Salmen confirmou que, desde o início da operação, em setembro do ano passado, já foram apreendidas cerca de mil máquinas. Ele acredita que ainda existam mais 3,5 mil máquinas instaladas em Curitiba e Região Metropolitana. Segundo informou o delegado da Ordem Social, apenas uma empresa que faz a locação de máquinas para os estabelecimentos comerciais ainda não teve a liminar cassada, “o restante está funcionando ilegalmente”. Os proprietários de estabelecimentos que tiveram as máquinas apreendidas irão responder por desobediência em processo no Juizado de Pequenas Causas, e caso reincidam, serão acionados criminalmente.
Apesar do resultado fracassado, Salmen garantiu que a operação irá continuar, mas sem aviso prévio. No final da manhã, Salmen admitiu que estava frustrado, “mas por outro lado sabemos que as máquinas não estão funcionando”, contrapôs.