Um plano de ação para que as cidades preservem e minimizem a perda dos elementos do meio ambiente na área urbana. Este será o resultado da Segunda Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Convenção da Diversidade Biológica (CDB). O encontro, aberto ontem, está em andamento no Salão de Atos do Parque Barigui e termina no próximo sábado.
A abertura contou com a presença de Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da CDB. As medidas discutidas na capital paranaense serão levadas para a Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP 10), que será realizada em outubro deste ano, em Nagoya (Japão). Curitiba sediou, em 2006, a COP 8.
Esse é o primeiro encontro internacional de grande porte sobre biodiversidade após a Conferência sobre Mudanças Climáticas, que aconteceu na Dinamarca, no final do ano passado. Participam da reunião em Curitiba 43 autoridades de 16 países. Entre eles está o ministro do Desenvolvimento de Cingapura, Mah Bow Tan.
A inserção das autoridades municipais nas discussões globais sobre o meio ambiente é recente. Curitiba, juntamente com Montreal (Canadá), Nagoya e Bonn (Alemanha), está nesta linha de frente. A primeira reunião sobre Cidades e Biodiversidade aconteceu em Curitiba em 2007.
“Todos nós temos muito o que fazer neste sentido. Estão cada vez mais frequentes e com mais intensidade os fenômenos climáticos. Não é mais uma opção, mas uma obrigação de fazermos nossa parte. E Curitiba certamente tem dado bons exemplos para o mundo. Nestes encontros, evidentemente, temos também muito a aprender com cidades que têm feito sua parte e inovações importantes que podem ser adaptadas à nossa realidade”, afirmou ontem o prefeito de Curitiba, Beto Richa.
O representante do secretariado da CDB, Oliver Hillel, comentou que de Curitiba podem sair diversas medidas interessantes, como o estabelecimento de indicadores que vão permitir aos governos municipais fazer uma autoavaliação de como estão lidando com a biodiversidade em seu ambiente urbano. “Com esse índice os municípiois poderão aferir, de ano a ano, o progresso que eles estão fazendo”, explicou.
De acordo com Hillel, é essencial a participação do cidadão. “Desde 2007 a maioria da população do mundo vive em cidades. Mas as decisões do cidadão afetam ecossistemas que estão a milhares de quilômetros de distância. Os governos locais e municipais estão muito mais próximos (dos cidadãos). Com eles pode-se falar até de forma mais fácil do que com os governos nacionais”, relatou.
O secretário municipal de Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, contou que as decisões sobre meio ambiente são tomadas pelas nações. No entanto, as cidades podem contribuir mais efetivamente neste processo.
“O que estamos fazendo aqui é um plano de ações para definir o papel das cidades, para ser apresentado em Nagoya. Para que lá se avalie sobre isto. Não podemos aguardar somente que os governos nacionais façam seu papel”, opinou.